Moscou sedia o Campeonato Mundial de escalada e paraescalada de 2021

A cidade de Moscou, capital da Rússia, sedia a partir de hoje o Campeonato Mundial de Escalada e Paraescalada do IFSC de 2021. As competições finais de Paraescalada acontecem hoje e as classificatórias, semifinais e finais de escalada de 16 a 21 de setembro no no Palácio da Ginástica Irina Viner-Usmanova e especialmente para a competição, um complexo de paredes de escalada foi construído na arena principal. O comprimento total da estrutura é de 52 metros.

A Liga Independente que organiza os campeonatos de escalada no Brasil enviou ao todo seis atletas para a competição, com destaque para a carioca Bianca Castro (31 anos), o paulista Felipe Ho (21 anos), o catarinense Jonas Leffeck (28 anos), o mineiro Alex Mendes (21 anos) e a mineira Patrícia Antunes (35 anos). Argentina, com Valentina Aguado (22 anos) e o Chile, com Alejandra Contreras (22 anos), também irão marcar presença.

A campeã olímpica, e recente campeã do Mundial em vias guiadas, Janja Garnbret , assim como o tcheco Adam Ondra, o espanhol Alberto Ginés, o alemão Alex Megos e a japonesa Miho Nonaka não irão para a Rússia. Mas para quem faz ‘matemática criativa’, acreditando que a ausência destas estrelas potencialmente possa abrir vagas para atletas sul-americanos, e escaladores (as) que foram olímpicos em Tóquio, como Jakob Schubert, Tomoa Narasaki, Laura Rogora, Jessica Pilz, Aleksandra Miroslaw, Mia Krampl, Brooke Raboutou, Colin Duffy, Jan Hojer, Julia Chanourdie ou Mickael Mawem estão inscritos.

Há mais de 10 anos atletas latino-americanos não se classificam para uma semifinal da copa do Mundo de escalada ou o campeonato mundial. De acordo com as regras estabelecidas pelo IFSC classificam para as semifinais os 20 melhores colocados na fase.

Valentina Aguado tinha entrado para história de seu país por ter se classificado para as semifinais do campeonato mundial de escalada em 2016, mas foi desclassificada por ser menor de 16 anos.

Mas a Rússia não está embargada pelo Tribunal Arbitral do Esporte?

A Agência Mundial Antidoping (WADA) impôs um pacote de quatro anos de punições à Rússia em dezembro de 2018, depois que descobriu que os dados de doping do Laboratório de Moscou haviam sido adulterados e manipulados. Três membros do Tribunal Arbitral do Esporte o período de sanções para dois anos em dezembro passado, após um recurso da Agência Antidopagem Russa (RUSADA).

Além de seus atletas serem proibidos de competir sob a bandeira russa em grandes eventos internacionais, a Rússia não poderia hospedar, ou ter direito a se candidatar, a quaisquer eventos importantes durante o período de dois anos em que as sanções se aplicam, e deve ser despojado de quaisquer Campeonatos Mundiais, concedido ou que ocorreria até 16 de dezembro de 2022 “a menos que seja legal ou praticamente impossível” fazê-lo.

A Federação Internacional de Escalada Esportiva (IFSC) se apoiou nesta cláusula de exceção para realizar o evento na Rússia. Os atletas russos que competiram em Tóquio 2020 tiveram que competir sob a bandeira “ROC”, a bandeira do país não foi hasteada nas cerimônias de medalha e em vez do hino nacional o Concerto para Piano nº 1 de Tchaikovsky foi tocado.

Nos bastidores, a ausência das estrelas é uma espécie de protesto branco contra um calendário ininterrupto e que visivelmente é para agradar a patrocinadores. Além disso, o campeonato acontece na Rússia com o país sancionado pelo Tribunal Arbitral do Esporte por dois anos, 2021 e 2022 que impedem o país de sediar ou licitar grandes eventos esportivos durante um período de dois anos.

Transmissão

Como tem acontecido desde 2020, os eventos do IFSC, que costumavam ser transmitidos gratuitamente para a América Latina por streaming no YouTube, são restritos para moradores do continente. Não há nenhum canal de televisão a cabo, ou mesmo streaming que se dedica a esportes olímpicos, interessados em fazer a transmissão para a América do Sul.

Desde que a empresa se associou ao Olympic Channel para negociar os direitos de transmissões, países e continentes de pouca expressão no esporte ficaram preteridos da transmissão. Por conta de divergências jurídicas, é comum que alguns streamings estejam bloqueados em determinados países.

Procurada pela Redação da Revista Blog de Escalada, os canais de televisão que possuem contrato com o Olympic Channel e teria, portanto, direitos de transmissão, assim como a Liga Independente que organiza os campeonatos de escalada não retornaram.

Uma VPN pode contornar esse tipo de proibição porque, ao se conectar a um servidor remoto de um país, como EUA, o endereço IP transmitido ao provedor de internet estará hospedado nos EUA. Assim, de maneira legal, é permitido acessar o conteúdo de streaming disponível nesse país. Saiba como contornar o bloqueio no artigo “Usando VPN: Como assistir conteúdos de streaming bloqueados no Brasil?”

Abaixo segue a programação do evento (horário de Brasília):

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