Os critérios oficiais para a classificação de atletas para a Olimpíada de Tóquio 2020 foram divulgados. A iniciativa de divulgação, até mesmo para eliminação de qualquer dúvida a respeito do formato, foi do escalador holandês Jorge Verhoeven. Além dos critérios de classificação, o escalador também revelou algumas regras que deverão ser cumpridas para o novo formato que será usado na Olimpíada.
Conforme anunciado em reportagem da Revista Blog de Escalada, a escalada como esporte olímpico (por enquanto somente para Tóquio), terá 20 atletas, tanto masculino quanto femininos, competindo nos Jogos Olímpicos de Verão em 2020. Mas o formato, que irá aglomerar via guiada, boulder e velocidade, causou muita polemica, além de haver muita confusão a respeito do assunto.
Um documento sobre o processo de classificação vazou à imprensa, mas boa parte da comunidade ainda ficou cética a respeito. O documento de Jorge Verhoeven, em papel timbrado e assinaturas oficiais, colocou um fim em uma longa discussão.
Veículos dedicados a cobrir o universo outdoor esta semana se dedicaram a elucidar todas as dúvidas a respeito do assunto. Na América do Sul, apenas veículos de comunicação dedicaram a divulgar as regras, federações, associações e ligas independentes ainda não se pronunciarem, ou orientaram, seus atletas a respeito do conteúdo do documento.
Em um site europeu especializado em ranqueamento de escaladores, houve uma longa discussão a respeito do formato e de suas lacunas. Para saber mais detalhes sobres os pontos discutidos no fórum acesse aqui.
Classificação
Em grande parte dos esportes olímpicos, os atletas que ambicionam o chegar a uma Olimpíada, devem necessariamente atingir o “índice olímpico”. Cada índice olímpico é determinado pela federação que organiza a competição.
Portanto, ficou estabelecido pela International Federation of Sport Climbing (IFSC) que as vagas para as olimpíadas serão distribuídas no seguinte formato, em competições que seguiram o formato olímpico (via guiada, boulder e velocidade).
- País organizador
- Uma vaga para atleta da Tripartite Commission (países com menos de oito atletas em categorias individuais ou disciplinas nas últimas duas edições dos Jogos Olímpicos)
- Melhores sete colocados no Campeonato Mundial de Tóquio de 2019
- Melhores seis colocados em um evento especial do IFSC em 2019, com os 20 melhores da Copa do Mundo de Escalada
- Primeiro colocado em campeonato continental
Desta maneira a distribuição das 20 vagas (masculino e feminino) serão da seguinte maneira:
- 1 vaga masculino + 1 vaga feminino
- 1 vaga masculino + 1 vaga feminino
- 7 vagas masculino + 7 vagas feminino
- 6 vagas masculino + 6 vagas feminino
- 5 vagas masculino + 5 vagas feminino
- 1 vaga América do Norte
- 1 vaga América Centro Sul
- 1 vaga Europa
- 1 vaga Ásia
- 1 vaga Oceania
Para cada país, somente poderão participar apenas dois atletas:
- Apenas um atleta para o masculino
- Apenas uma atleta para o feminino
Caso um escalador já estiver classificado para as Olimpíadas de Tóquio, pelo campeonato mundial ou evento especial, o seguinte classificado será escolhido o melhor classificado no Campeonato Continental.
Já para as vagas de Tripartite Commission, uma comissão especial composta pelo COI, COL e IFSC escolherão um escalador e uma escaladora para representar países “menos representados”.
Desta maneira, fica subentendido de que o atleta deva se classificar ao menos para as finais da Copa do Mundo de Escalada, Campeonato Mundial e do Evento Especial que será organizado pelo IFSC. Desde a desclassificação da argentina Valentina Aguado, por conta de uma falha em sua inscrição, nenhum atleta da América Latina se classificou às semifinais da copa do mundo de escalada ou mesmo o campeonato mundial.
Em contrapartida, caso um atleta campeão continental seja escolhido pela norma da Tripartite Commission, o vice-campeão do torneio “herda” esta vaga. A possibilidade, ainda que remota, de acontecer esta escolha abre a possibilidade de uma manobra política que pode beneficiar atletas sul-americanos na Olimpíada.
Formato olímpico
O formato olímpico, como já explicado em artigo aqui na Revista Blog de Escalada, irá combinar três competições: escalada guiada, boulder e velocidade. O evento, ao total, irá ter quatro dias de duração, divididos em dois dias.
- Dia de classificação
- 1 dia para homens: 20 atletas
- 1 dia para mulheres: 20 atletas
- Dia das finais
- 1 dia para os 6 melhores no masculino
- 1 dia para os 6 melhores no feminino
No documento está especificado a ordem das disciplinas, com descanso variando de 15 a 120 minutos entre uma prova e outra:
- Velocidade – Será dividido em duas vias
- Boulder – Será dividido em quatro linhas
- Via guiada – Uma única via
A pontuação de cada atleta será feita multiplicando a posição obtida em cada uma das disciplinas, em uma média ponderada.

Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.