Com menos de um mês para o início dos Jogos Olímpicos de Tóquio, o evento do IFSC em Innsbruck, Áustria, serviu para verificar em que momento da forma física e mental estão todos os atletas que estarão presentes no que diz respeito à disciplina de vias guiadas e boulder.
A primeira etapa da Copa do Mundo de vias guiadas, e a quarta de boulder, de 2021 terminou com vitória soberba de Janja Garnbret nas duas disciplinas. Assim, a eslovena chancela seu favoritismo para as Olimpíadas de Tóquio 2020.
Vias guiadas masculinas
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Nas vias guiadas, o austríaco Jakob Schubert deu um verdadeiro espetáculo e foi ovacionado pelo público local. Conforme foi noticiado pela Revista Blog de Escalada, a cidade austríaca de Innsbruck tornou-se o epicentro mundial da escalada competitiva, com mais de 350 participantes entre todos os eventos em jogo.
Se as mulheres enfrentaram uma via com vários trechos muito marcados, os homens enfrentaram uma linha sem nenhum crux. Tudo se reduziu à resistência.
O primeiro a competir foi Stefano Ghisolfi, que encontrou tudo o que tinha a fazer e administrou bem o seu esforço. O italiano caiu apenas alguns lances do topo e os espectadores presumiram que muitos outros competidores alcançariam facilmente o topo.
Mas não foi assim, Sascha Lehmann (Suíça), Masahiro Higuchi (Japão), Alberto Ginés (Espanha) e Alex Megos (Alemanha) caíram entre os movimentos 37 e 38. Assim, o grande duelo entre o favorito Adam Ondra e prata da casa Jakob Schubert estava definido e criou uma expectativa no público digna de um filme.
Jakob Schubert escalou com calma e sabia que precisava chegar ao topo, ou pelo menos chegar perto dele, se quisesse subir ao pódio. O austríaco conseguiu uma vantagem sobre Ghisolfi ao cair quanto tentou dar um dinâmico na última agarra.
Foi aí que Adam Ondra deixou o atônito ao cair muito baixo. Antes do erro que o levou ao último lugar entre os finalistas.
Vias guiadas femininas
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O destaque das vias guiadas ficou por conta da Eslovênia, conseguiu colocar três escaladoras femininas nas finais, incluindo a favorita Janja Garnbret.
Como descrito acima, a via feminina estava bem mais definida com crux identificáveis. Movimentos dinâmicos na primeira seção, seguida por uma parte boulderística de 20 movimentos e novamente uma parte dinâmica antes do topo.
Akiyo Noguchi foi a primeira escaladora da final a marcar o ponto mais alto. Noguchi subiu dando uma aula de maestria e equilíbrio, colocando o parâmetro muito alto para quem quiser ocupar um lugar no pódio.
Mas a grande surpresa foi a norte-americana Brooke Raboutou, que chegou a Innsbruck depois de ter obtido dois bronzes consecutivos na Copa do Mundo de Boulder em seu país. Entre os analistas, não se sabia o que Raboutou poderia fazer nas vias guiadas. O público a ovacionou quando caiu muito próximo do topo.
Só um alpinista poderia superar Raboutou, e essa era Janja Garnbret. Aos 22 anos, Garnbret já tem 18 medalhas de ouro, 9 de prata e 5 de bronze.
Janja Garnbret superou de forma espetacular toda a dinâmica da via e, quase em mostrar esforço, garantiu o único topo da final com uma dinâmica muito controlada.
Boulder feminino
Duas notícias marcaram a final do boulder feminino em Innsbruck. A primeira foi a lesão de Miho Nonaka na semifinal (a posição de Nonaka no ranking não foi transferida para nenhum outra atleta) e a segunda que Akiyo Noguchi anunciou que o evento de Innsbruck marcaria sua última participação nas competições do IFSC.
Janja Garnbret voltou a ser a grande dominadora depois que Natalia Grossman roubou os holofotes na última etapa da Copa do Mundo de Boulder, disputada em Salt Lake City, EUA. Natalia Grossman foi a única escaladora a acompanhar a eslovena em Innsbruck.
Garnbret encadenou as três primeiras linhas em flash e a norte-americana também com três tops, mas não na primeira tentativa. Stasa Gejo, Akiyo Noguchi e Futaba Ito se concentraram na disputa pelo terceiro lugar no pódio. Depois que Gejo e Noguchi completaram o quarto e último problema da final, começou a chover forte e a final feminina teve que parar.
Minutos depois, o tempo não melhorou e os árbitros decidiram encerrar a final.
Boulder masculino
A final masculina começou com uma hora de atraso devido à chuva e também foi reduzida para três linhas em vez das quatro habituais. Os japoneses Yoshiyuki Ogata, Tomoa Narasaki e Kokoro Fujii responderam por 50% dos competidores na final, enquanto as outras três vagas foram ocupadas por Nicolai Uznik (Áustria), Nathaniel Coleman (EUA) e Simon Lorenzi (Bélgica).
Yoshiyuki Ogata fez dois tops e garantiu a medalha de ouro, embora Tomoa Narasaki tenha ficado bem perto de ganhar na terceira linha.
Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.