Todo praticante sonha em melhorar sua performance no esporte que pratica. Alguns utilizam meios não muito éticos para isso, como o doping e uso de substâncias não muito saudaveis. Outros buscam formas mais naturais para chegar a aprimorar a sua performance.
Dentro da escalada, seja ela em rocha ou indoor, não poderia ser diferente: qualquer novidade e analisada por todo praticante que sonha em subir o seu grau.
A partir de qualquer novidade há uma variedade de reações. Alguns torcem o nariz e continuam utilizando os mesmos treinamentos e métodos dos anos 70, quando o esporte começou a se popularizar no Brasil. Outros experimentam, com a esperança de haver milagres, mas logo se desapontam.
Há uma pequena parcela que faz uma introdução mais apropriada em algum treinamento e acabam por desfrutar de uma imensa ajuda.
Exercícios complementares para escalada
No início dos anos 1990 a prática de yoga foi considerada por muitos como complementar à escalada. Houve até mesmo quem decretasse que era o caminho certo de evoluir na escalada e esportes de força isométrica. Com escaladores de marcas expressivas praticando yoga, houve uma explosão de escaladores adotando a prática.
Basta verificar que nos encontros de montanhismo da época haviam sempre no calendario uma prática de yoga oferecida aos participantes. Se era, ou não, um complemento é um assunto para um outro artigo.
Atualmente as práticas de MMT, modalidade desportiva originada da mistura de diversas outras modalidades e diferentes programas de treinamento físico, (Crossfit, Ginástica funcional, etc) é a nova descoberta dos praticantes de escalada e trekking.
A promessa de aquisição de resistência e força muscular, além de condicionamento aeróbico, têm seduzido vários atletas para as modalidades. Assim como acontece com todas as novidades, muitos torceram o nariz e até mesmo ensaiaram escrever textões em redes sociais questionamento a metodologia. Coincidência, ou não, estas mesmas pessoas são as que ficaram estagnadas na evolução do esporte ou aposentaram precocemente de competições alegando o já manjado “período sabático”.
Entretanto há uma modalidade ainda pouco descoberta por escaladores, praticada amplamente em grandes cidades, que é a Calistenia. A modalidade possui vários conceitos que, direta ou indiretamente, colaboram para o tipo de atividade física que a escalada em rocha e indoor exigem.
Basta reparar em todos os vídeos e fotos postados por atletas que se dedicam às competições de escalada para verificar que maioria esmagadora utilizam algum tipo de
O que é calistenia
A calistenia é um tipo de treino físico feito apenas com o peso do corpo. Algumas pessoas a praticam com o objetivo de aumentar a massa muscular, mas este não é o objetivo desta modalidade.
Muitos procuram nela uma oportunidade de conquistar uma forma física que equilibre gordura corporal, peso e volume muscular. A palavra calistenia vem do grego kallos (beleza) e sthenos (fortaleza).
Na prática da Calistenia, também chamada de ginástica calistênica, não é necessário utilizar nenhum equipamentos da academia, podendo ser praticada em parques ou mesmo dentro de casa. Os treinos da modalidade aumenta a força muscular, mobilidade, flexibilidade, agilidade, resistência muscular isométrica e, o que é mais interessante a quem pratica escaladas, ter controle sobre os músculos do corpo.
Os exercícios de Calistenia são relativamente simples (não confundir com facilidade) e básicos. Grande parte dos exercícios preparatórios são flexões, abdominais, agachamentos e barras.
Apesar de estar caindo no gosto popular neste início de século XXI, já era praticada desde o início do século XIX. Historicamente é creditado a um francês Phokion Heinrich Clias a difusão da prática de Calistenia, tanto em seu país como também na Inglaterra.
Principais exercícios
- Flexões – Flexões são ideais para a construção de músculos do peitoral, ombros e tríceps. Também é uma excelente opção de fortalecer as costas, além de auxiliar a adquirir estabilidade e resistência muscular. Na calistenia há vários tipos de flexão, com variações de posicionamento das mãos e até mesmo com deslocamentos.
- Barra – Sem dúvida esta opção é a mais popular entre os escaladores e por se assemelhar bastante com o esforço muscular de agarras de escalada. Os exercícios (sim, no plural) feitos na barra podem exigem alto condicionamento de suas costas, bíceps e são o grande teste de força de membros superiores e tensão corporal.
- Agachamentos – Os agachamentos com os pés alinhados com os ombros são eficientes para o fortalecimento dos músculos das pernas. É importante que você agache até seu limite mais baixo. Os agachamentos são indicados para fortalecer suas pernas. Nos exercícios são utilizadas diversas variações com posicionamentos diferentes dos pés para exigir particularmente de um grupo muscular como o quadríceps.
Onde praticar
Os principais praticantes de calistenia indicam que para começar a modalidade é fundamental que procure algum profissional de educação física e, preferencialmente, algum centro de calistenia na sua cidade.
No Brasil é considerada a melhor fonte de informações o grupo Calistenia Brasil, fundado por Luiz Otávio Mesquita em 2013, o qual é associado à Federação Mundial de Street Workout e Calistenia.
- Academias no Brasil
- Principais canais de youtube
Para quem não tem a opção de academia de calistenia em casa, uma opção para começar é usando o aplicativo MadBarz. No aplicativo há diversas rotinas de treino, do básico ao avançado.
Entretanto não é indicado seu uso indiscriminado sem o acompanhamento de alguém mais experiente e de um profissional de educação física.

Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.