Termorregulação humana no contexto de um clima em mudança

A termorregulação humana entrou em uma pesquisa sobre mudanças climáticas. Estudo realizado por pesquisadores da Pennsylvania State University.

A saber, Daniel J. Vecellio, Rachel M. Cottle, Tony Wolf e W Larry Kenney fazem parte do trabalho. Veja o que o estuda fala sobre termorregulação humana nas mudanças climáticas.

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Termorregulação humana na mudança climática

O estudo mostra que mudanças climáticas causadas pelo homem aumentaram a temperatura média da Terra em mais de 1 °C desde o século XIX. Dentro disso, esperam-se aumentos maiores até 2100 devido à contínua influência humana.

Essa mudança na temperatura ambiente média teve efeitos não lineares, resultando em mais extremos de alta temperatura. Dessa forma, as ondas de calor úmido afetaram também a saúde humana.

A saber, devido a uma tensão fisiológica associada a uma relativa incapacidade de resfriamento evaporativo. Em síntese, essa incapacidade sobrecarrega o sistema cardiovascular, muitas vezes exacerbando as comorbidades relacionadas à idade.

Impactos em humanos

Os seres humanos podem manter a homeostase térmica em muitos ambientes de calor extremo por meio de capacidades termorreguladoras evoluídas tropicalmente.

À medida que o calor aumenta no centro do corpo, seja por exposição passiva a um ambiente quente ou por aumento da taxa metabólica (por exemplo, trabalho manual, exercício), há um aumento no fluxo sanguíneo direcionado para a pele.

Secundariamente a um aumento do débito cardíaco associado à redistribuição do fluxo sanguíneo dos leitos vasculares renal e esplâncnico, o sangue é transferido para a superfície e o calor pode ser dissipado para o ambiente por condução e convecção (perda de calor seco).

Esse processo aumenta o esforço cardiorrespiratório porque o débito cardíaco deve aumentar na ausência de pré-carga mantida ou aumentada.

O segundo mecanismo mais eficiente de resfriar o corpo é através da ativação das glândulas sudoríparas écrinas para produzir suor e excretá-lo na superfície da pele.

Se esse suor for evaporado, o calor latente da vaporização esfria a pele, caso haja um gradiente de pressão de vapor de água adequado entre a superfície da pele molhada e o ambiente.

No entanto, a perda de fluidos através da transpiração resulta em desidratação, o que pode limitar o resfriamento evaporativo e levar ao aumento da tensão cardíaca e disfunção renal se os fluidos não forem adequadamente repostos. – explica o estudo sobre os efeitos em humanos.

A mudança climática é atualmente a maior ameaça à saúde planetária. Só para ilustrar, o calor é o assassino número um relacionado ao clima nos Estados Unidos e contribui para um número significativo de mortes em todo o mundo.

De fato, estudos epidemiológicos mostraram que as ondas de calor estão associadas ao aumento de doenças cardiovasculares, respiratórias e renais.

Segundo o estudo, crianças pequenas, idosos, mulheres grávidas e trabalhadores ao ar livre são alguns que sofrem para se manterem saudáveis no calor.

Resultados finais

Por fim, o estudo explica que conforme o clima continue mudando, as condições ambientais ultrapassarão os limites da capacidade de termorregulação humana.

De fato, testes de laboratório recentes revelaram uma mudança para baixo do regime de compensabilidade do estresse térmico em adultos jovens, saudáveis, ainda não aclimatados, do limite previamente teorizado de um T wb (temperatura de bulbo úmido) de 35°C.

Esses limites empíricos atualizados foram excedidos em uma onda de calor recente no sul da Ásia, destacando que a mudança climática é um perigo claro e presente para a saúde humana.

Enfim, dada a importância da exposição ao calor no processo de aclimatação, esses experimentos devem ser repetidos com populações que vivem em regiões de clima mais quentes para melhorar a resiliência fisiológica em futuros eventos extremos.

+ Veja a pesquisa na íntegra: Critical Environmental Limits for Human Thermoregulation in the Context of a Changing Climate

Foto destaque: Divulgação/ Lerone Pieters /Unsplash

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