O escaladora polonesa Magdalena Gorzkowska disse em uma entrevista à mídia de deu país que “os sherpas cortaram as cordas para evitar que outros escaladores os seguissem”. A montanhista, que teve de ser retirada do inverno ao Monte K2 (8.611 m) por uma dor de estômago, afirmou que usou a expressão como piada, mas que não foi bem recebida pela comunidade de montanha.
No dia de hoje, em entrevista ao site Explorersweb, procurou se explicar, argumentando que considerou o comentário que emergiu das conversas entre os montanhistas uma “piada”. Na entrevista Gorzkowska disse que “não pensei que alguém fosse levar isso a sério”.
O site Explorersweb afirmou que Gorzkowska disse que um sherpa disse a ela que os nepaleses tinham ordens de cortar as cordas se alguém os seguisse. Na entrevista a montanhista afirmou que “é verdade que os sherpas disseram isso, mas considerei uma piada boba, estávamos brincando o tempo todo no acampamento base”.”Da mesma forma, não achei que alguém fosse interpretar literalmente quando mencionei na entrevista”, concluiu Magdalena.
Mas por que isso é polêmico?
Todo o universo de pessoas do montanhismo, principalmente os que escalam montanhas acima de oito mil metros, é muito sensível a tudo o que aconteceu nas últimas semanas no inverno K2. Houveram muitas mortes e, de certa maneira, parecia uma tragédia anunciada.
Neste contexto, fazer a declaração e deixá-la sem explicação de que é uma piada, como um gesto de incerteza perante uma comunidade altamente sensibilizada, é considerado um ato irresponsável que nada mais faz do que colocar lenha na fogueira, até porque não há fundamento nele.
Como a montanha vêm sofrendo com um processo de ‘everstificação’, com vários cumes de ‘montanhistas turísticos’ (que raramente colaboram com resgates e montagem das vias), a declaração foi visto como sinal de desrespeito aos montanhistas mortos em tentativas invernais este ano.
