A escaladora italiana Laura Rogora, de 19 anos, entrou para a historia do esporte ao encadenar o segundo 9b francês (12b brasileiro) feminino do mundo no dia 25 de julho. Na data, Rogora encadenou a via “Ali Hulk Extension Total sit start”, na Caverna Alí Babá, em Rodellar (Espanha).
Aos 19 anos, a italiana seguiu o caminho aberto por Angela Eiter, a primeira mulher encadenar uma via da mesma dificuldade, em outubro de 2017, com “La Planta de Shiva”, em Villanueva del Rosario (Espanha).
A via “Ali Hulk Extension Total Sit Start” é uma linha híbrida, uma espécie de meio caminho entre boulder e via esportiva. A primeira cadena foi realizada por Jonatan Flor, em julho de 2019, e foi imediatamente repetida por Jorge Díaz-Rullo . Rogora foi a terceira ascensão absoluta.
A italiana já havia encadenado a via “Hulk Extension Total”, graduada como 8c+ francês (11b brasileiro) na caverna, o que acabou sendo nada mais do que um simples treino para acabar pegando a linha de 9b francês.
Quem é Laura Rogora?
A escaladora Laura Rogora é o nome mais brilhante da escalada esportiva do momento. Ainda falta alguns meses para o final do ano, mas seguramente Rogora é o grande nome do esporte para 2020. O mais espantoso talvez seja o fato de que a jovem italiana nasceu em abril de 2001 e completou 19 anos há apenas três meses.
A cadena de Laura na “Ali Hulk Extension Total Sit Start” se soma a conquistas relevantes para alguém que há poucos anos atingiu a maioridade legal. Dentre sua galeria de conquistas está a de ser a primeira escaladora italiana a escalar uma via de dificuldade 9a francês (11c brasileiro) e a segunda pessoa mais jovem da história nesse grau desta dificuldade (depois de ninguém menos que Adam Ondra).
Além disso, também é a mulher com mais cadenas de 9º grau francês, possui um 8b+ francês à vista, é a atual vice-campeã europeia em vias guiadas, bicampeã mundial juvenil em boulder, campeã mundial juvenil em vias guiada.
Laura Rogora começou a escalar aos sete anos. Sua primeira vez foi na rocha, mas logo encontrou uma academia perto de sua casa, onde começou a treinar mais seriamente. No início, ela compartilhou esse esporte com o que era, até então, sua paixão: a ginástica artística.
Depois de um ano, Rogora percebeu que escalar era o que ela fazia de melhor. “Simplesmente pela maneira como isso me faz sentir”, disse em um de seus vídeos que circula pela web.
Com a mente já focada na escalada, o treinamento começou a ficar mais difícil e assim Laura começou a encher de medalhas e troféus sua casa. Primeiro, ganhou diversos campeonatos juvenis, e depois, aos 14 anos, ganhou a medalha de ouro na categoria adulta da Itália (um país altamente competitivo na escalada esportiva), no boulder e em vias guiadas. Nesse mesmo ano, foi quando encandenou obteve seu primeiro 9a francês (11c brasileiro).
Após a quarentena em seu país, a jovem italiana foi para Rodellar, na Espanha, passar as férias. Em poucos dias, ele já havia encadenado a via “Hulk Extension Total”, graduada como 8c+ francês (11b brasilero). E o que se seguiu foi unir o resto do bloco. Em seu Instagram, ele se limitou a colocar uma marca verde em “Ali hulk sit extension total” e, assim, marcou a história do esporte.
Porém, dias depois Laura Rogora foi para Briaçon, na França, para competir na Copa do Mundo de Escalada. Na prova de vias guiadas, Rogara venceu a super favorita Janja Garnbret (Eslovênia), ao fazer top na via em menor tempo. Como as demais provas da Copa do Mundo de Escalada de 2020 foram canceladas, Laura Rogora tornou-se a campeã da temporada.
A italiana já está classificada para as olimpíadas de Toquio 2021.

Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.