Kyra Condie: A história da escaladora que superou uma severa escoliose e chegou à Olimpíada

Todo atleta possui uma história de superação particular. A atleta norte-americana Kyra Condie possui uma bem impressionante.

Classificada para as Olimpíadas de Tóquio 2020, a atleta norte-americana Condie possui uma superação que serve de inspiração para muitas pessoas: uma operação delicada na coluna que possuía um desvio de 70 graus.

Com apenas 23 anos, entrou para a história da escalada esportiva de seu país se classificando para a estreia olímpica do esporte. Kyra se classificou para os Jogos Olímpicos 2020 no pré-olímpico IFSC Combined Qualifier Toulouse 2019.

Com pouco mais de 1,60 metro e tendo no currículo escalado em boulder de dificuldade V12 e vias em 9c brasileiro, Kyra possui também uma história singular na escalada esportiva.

Escoliose Idiopática

 

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Today marks 10 years post spinal fusion. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ On March 12th 2010, due to severe idiopathic scoliosis, I had vertebrae T2-T12 fused. That entire section of my back healed as one bone and can’t bend or twist at all. I knew back in 2010 when I got the surgery that I wasn’t going to let it impact my ability to be an athlete, but I never imagined I’d make it this far. I was lucky enough to find a surgeon at Gillette Children’s Hospital who believed in me and told me to send him a photo when I was standing on top of the podium. A few weeks ago, I got to one-up that—I emailed him that I qualified for the Tokyo 2020 Olympics. There are definitely times when I feel like my lack of mobility holds me back (a great example was boulder 2 in Finals in Toulouse), which can be super discouraging. I’ve learned to not let that frustrate me in the moment, but instead try to find a way that works for me. It definitely keeps things interesting to say the least. I love hearing stories from other people with scoliosis so if you ever have questions about the surgery feel free to message me! @mountainhardwear @ocun.climbing @penguinfingers

Uma publicação compartilhada por Kyra Condie (@kyra_condie) em

A escoliose é uma curvatura anormal da coluna para um dos lados do tronco. Esta deformação, faz com que a coluna da pessoa tenha o formato de “S”, causando muita dor e desconforto. Esta curvatura anormal da coluna para um dos lados do tronco é determinada pela rotação das vértebras.

A escoliose idiopática é o tipo de escoliose mais comum. Apesar de muitos estudos feitos, não é possível ainda identificar um fator causador para o desenvolvimento desse grupo de escoliose.

No caso da atleta Kyra Condie em específico, ela tinha as vértebras T2 a T12 fundidas. Para se ter uma ideia da seriedade do problema, praticamente a coluna inteira de Condie (constituída pelas vértebras T1 a T12) estavam formando um osso só, impedindo que a atleta se inclinasse ou mesmo girar o tronco.

A solução foi realizar uma operação em 2010 para garantir que a sua mobilidade como atleta não fosse impactada. A operação foi feita no Gillette Children’s Hospital, hospital sem fins lucrativos localizado no estado norte-americano do Minnesota e que trata mais de 25.000 crianças por ano que apresentam condições complexas, distúrbios raros e lesões traumáticas que afetam os sistemas musculoesqueléticos e neurológicos.

Na sua cirurgia foi necessário que os médicos literalmente separassem cada uma das 10 vértebras que estavam fundidas. Após a separação, foi necessário colocar discos para separar as vértebras.

A operação foi realizada quando Kyra tinha apenas 13 anos.

Superação de Kyra Condie

Foto: https://asanaclimbing.com/

Kyra Condie começou a escalar aos 10 anos, em uma festa de aniversário na academia Vertical Endeavors, na cidade de St. Paul, no estado norte-americano do Minnesota. Aos 11 anos, decidiu se concentrar na escalada e começou a treinar com a equipe da academia.

Após se destacar em vários campeonatos, sobretudo em boulder, Condie também começou a sentir muitas dores nas costas. Por causa destas dores, sua postura era visivelmente bastante diferente das demais atletas.

Ao consultar uma fisioterapeuta, foi logo aconselhada a procurar um médico. Na consulta, os médicos constataram que os ossos da atleta se curvavam em um ângulo de 70 graus. A foto da radiografia está abaixo.

 

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Today marks 10 years post spinal fusion. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ On March 12th 2010, due to severe idiopathic scoliosis, I had vertebrae T2-T12 fused. That entire section of my back healed as one bone and can’t bend or twist at all. I knew back in 2010 when I got the surgery that I wasn’t going to let it impact my ability to be an athlete, but I never imagined I’d make it this far. I was lucky enough to find a surgeon at Gillette Children’s Hospital who believed in me and told me to send him a photo when I was standing on top of the podium. A few weeks ago, I got to one-up that—I emailed him that I qualified for the Tokyo 2020 Olympics. There are definitely times when I feel like my lack of mobility holds me back (a great example was boulder 2 in Finals in Toulouse), which can be super discouraging. I’ve learned to not let that frustrate me in the moment, but instead try to find a way that works for me. It definitely keeps things interesting to say the least. I love hearing stories from other people with scoliosis so if you ever have questions about the surgery feel free to message me! @mountainhardwear @ocun.climbing @penguinfingers

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Determinada, Kyra Condie deixou para operar a coluna após um participação em um campeonato nacional juvenil de boulder em 2010.

Após a cirurgia, suas atividades físicas se resumiam a somente caminhar nos primeiros quatro meses. Após isso a atleta pode voltar a treinar. Enquanto treinava para recuperar a forma física, Kyra se viu motivada a se tornar uma escaladora de elite.

No ano de 2011, Condie estava competindo novamente e em 2012 ganhou o Youth Bouldering Nationals (campeonato norte-americano juvenil de boulder). Na ocasião, a atleta enviou a foto do pódio após sua vitória para o seu cirurgião.

Após isso, ela ainda venceu os próximos dois anos em boulder e nacionais de esportes juvenis duas vezes.

Olimpíada

 

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A partir de 2018, começou a corrida de Kyra Condie para chegar às Olimpíadas. Competindo em boulder viajou para vários locais do mundo, competindo em cinco eventos do IFSC e terminou na décima terceira posição geral daquele ano.

No mesmo ano, Condie se formou em veterinária na Universidade de Minnesota e se mudou para Salt Lake City, no estado norte-americano de Utah. A cidade possui um centro de treinamento preparatório para atletas olímpicos.

Todo este processo de “internação” de Kyra em Salt Lake City refletiu em seus resultados.

Condie terminou a fase de qualificação no IFSC Combined Qualifier Toulouse em oitavo lugar. Os seis primeiros ganhariam pontos olímpicos na final, mas por causa do máximo de dois por país e pelo fato de duas escaladoras japonesas terem conseguido a final, Condie e cinco outros, incluindo o nono lugar, terminaram com as vagas para Tóquio 2020.

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