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Se você acompanha a cobertura esportiva nas rádios, televisões ou sites de internet que se dedicam a falar sobre algum esporte, já deve ter percebido algo.
Daquilo que é apresentado categoricamente como jornalismo esportivo, 98% é apenas futebol masculino. Há quem diga que a cobertura jornalística esportiva brasileira sofre do “paradoxo Tostines“. O termo foi criado a partir de um anúncio década de 1980 quando um discípulo pergunta ao mestre se a marca de bolachas Tostines vendia mais porque era fresquinha, ou era fresquinha justamente por vender mais.
Pois as mídias (todas elas) parecem viver dentro deste paradoxo quando se fala em transmissões esportivas. Somente se pensa como esporte, o futebol. Predominantemente masculino.
No Brasil, é muito comum em todos os canais organizarem mesas redonda de várias horas, nas quais apenas futebol é abordado. Até mesmo emissoras de TV por assinatura, com três ou mais canais, dedicam 90% ao futebol
masculino.
Outras emissoras, mesmo sem ter nenhum direito de transmissão, também se dedicam exclusivamente ao futebol. Basta perguntar para um jornalista, ou mesmo um editor de uma grande rede de comunicação, sobre este problema, que a resposta é bem pragmática: o futebol vende mais porque todo mundo quer ver. E como todo mundo quer ver, é por isso que vende mais.
Mas o termo genérico “todo mundo”, como qualquer um deveria saber, se refere a muita gente. Um exemplo cristalino e que ilustra a motivação desde episódio de hoje aconteceu no último ano, 2020, quando algumas atrações futebolísticas mudaram de emissora escancarou o que muita gente parecia não querer ver:
o futebol não manipula tanta audiência como se previa. Os números estão aí para todo mundo analisar. Mas então, por que nenhuma emissora de grande porte não aposta em transmitir outros esportes? De qualquer outro gênero?
Porque o exemplo do jornalista Luciano do Valle não empolgou nenhum outro jornalista ou publicitário?
Por que publicitários não se esforçam em investir em propaganda de esportes considerados de menor expressão ou de nicho?
Sendo mais específico, estes publicitários, jornalistas e editores sabem o que é de fato o ROI (return on investment)?
Participantes
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Áudios enviados
- Sandro Viana (32:26)
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