Wifi no Kilinmanjaro: Isso é bom ou ruim para o montanhismo?

O ministério de Informação, Comunicação e Tecnologia da Informação da Tanzânia informou em agosto que antes do final do ano todo o caminho até o ponto mais alto de “Kili”, Uhuru Peak, será pavimentado com Internet de banda larga.

Após comunicado, praticantes do esporte destacaram prós e contras nesse investimento. Por fim, confira: Wifi no Kilinmanjaro.

Wifi no Kilinmanjaro

Enfim, a publicação da foto no cume de Kilimanjaro nas redes sociais nunca esteve tão acessível. A saber, até o cume de Kilimanjaro, o percurso é de 5.891 metros acima do nível do mar.

A medida provocou elogios e rejeições. Obviamente, as empresas celebraram, pois “os turistas agora podem se comunicar com o mundo inteiro a partir do topo do Monte Kilimanjaro”.

A instalação de WiFi já é uma realidade nas Cabanas do Horombo, a 3.718 metros acima do nível do mar. Como dito antes, o governo da Tanzânia pretende pavimentar com internet de banda larga todo o caminho até o ponto mais alto de “Kili”, Uhuru Peak.

Prós do wifi no Kilinmanjaro

De fato, ter Wi-Fi no ponto mais alto da África é motivo de debate e não apenas para o negativo. Em uma breve reflexão, a caminhada é um dos esportes radicais mais perigosos do mundo. Estima-se que morre um praticante em cada 15.000 envolvidos. Infelizmente, consegue ser mais perigoso que bungee jumping, esqui ou até snowboard.

Em suma, deixar o mundo saber em tempo real o andamento das conquistas é o menor dos prós. Ponto positivo mesmo é poder avisar antecipadamente sobre um montanhista em perigo. Sem dúvidas, uma boa medida na minimização dos riscos em acidentes ou mortes por quaisquer que sejam os motivos.

Contras do wifi no Kilinmanjaro

Foto: ABC30

Foto: ABC30

Em termos dos contras, a perda de espaços naturais e naturalidade surgi com a invasão do Wi-Fi nas montanhas. Características únicas para praticantes mais experientes como o silêncio e a contemplação, essenciais no montanhismo, agora tendem a ficar apenas na memória dos conquistadores do cume africano.

Outro ponto perigoso é a desatenção. Por exemplo, se no dia a dia já é alto o nível de desatenção ao volante, um montanhista ferido por olhar o telefone num momento indevido, é perfeitamente possível.

Ademais, deve-se respeitar a grandiosidade das montanhas, isto é, pode-se definir a vida ou morte no percurso. Montanistas inexperientes que não entendem ainda o devido cuidado necessário nas montanhas, também podem se aventurar num “guia profissional” por telefone. Se o próprio GPS de carro comete equívocos, quem será o corajoso de pôr a vida em cheque por descuido nas montanhas?

Se feito um bom investimento, não será tão ruim

Fato é que a maior oposição ao Wi-Fi exercida vem dos próprios tanzanianos, pois isto transparece falta de prioridade para com os nativos de um dos países mais pobres do mundo na concepção deles. Em suma, 17% da população não tem acesso à internet ou mesmo celular. É compreensível a frustração de ver dezenas de milhares de estrangeiros os possuindo em sua própria terra.

A saber, custaria cerca de US$ 10 milhões para instalar torres adicionais para cobrir pelo menos as áreas rurais próximas aos sete cumes. Enquanto a renda que os turistas geram por lá gira em torno de US$ 50 milhões a cada temporada, isto é, 18% do PIB do país. O mesmo relatório diz que 13 milhões desses milhões são destinados a “melhorar a infraestrutura e as oportunidades” nas cidades vizinhas.

Cerca de 35.000 turistas/montanhistas aspiram ao topo do Kilimanjaro a cada ano. De fato, é a segunda montanha mais guiada do planeta, por sua moderada exigência técnica, da extensão da temporada de escalada de oito meses e da comercialização que tem de pertencer ao circuito dos sete cumes, o mais alto de cada continente.

Contudo, sem dúvidas, de que se o aporte for feito em áreas de interesse geral, não apenas empresariais, quanto mais turistas quiserem escalar o Kilimanjaro, mais recursos serão oferecidos. Por conseguinte, mais taxas serão cobradas, melhores salários para os carregadores, guias e cozinheiros locais e logo, uma população que também se beneficiará de um fruto nativo. Ademais, desfrutar de sua própria terra é nada mais que justo.

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