Saiba qual a maneira mais objetiva de saber todos os cumes de um escalador

Frequentemente o público leigo em montanhismo pergunta como é feito o “controle” das pessoas que realizaram cume, ou não, a alguma montanha.

Especialmente no Himalaia, onde acontece as ascensões mais comemoradas por grande parte dos montanhistas, como comprovar se alguém esteve de fato em um destes lugares mais altos do mundo?

Para quem acha que não existe uma fiscalização a respeito disso, saiba que existe sim um controle rígido, o qual e é considerado uma espécie de “cartório de realização de cumes”.

Assim como é necessário um documento obtido em cartório de que alguém nasceu, o mesmo ocorre com a realização de cumes no Himalaia.

Este “controle” é comandado pela lendaria Elizabeth Hawley, jornalista americana que vive em Kathmandu desde 1960 e realiza entrevista com cada expedicionário que alega ter realizado cume por lá.

Mesmo que alguém, ou meio de comunicação, levante suspeitas a respeito da realização de algum cume, o “carimbo” de Elizabeth Hawley é o que de fato confirma o feito.

Foto: http://siscityclimb.mihanblog.com/

Foto: http://siscityclimb.mihanblog.com/

Assim como no futebol um time necessita de que uma federação chancele um título, todo e qualquer montanhista que for ao Himalaia e quiser carregar os louros de ter subido ao cume de qualquer montanha existente por lá deve passar pela entrevista com Elizabeth Hawley.

A americana de 92 anos de idade disponibiliza a quem quiser saber, seu banco de dados com todas as ascensões que foram auditadas por ela e ,neste cadastro cadastro, há os registros oficiais dos 55 anos das auditorias que Elizabeth Hawley realizou.

Elizabeth-Hawley-1

Se o nome de um montanhista não estiver nesta lista não realizou cume. Simples e objetivo assim.

Os cumes contidos neste banco de dados são somente para montanhas dentro, ou em parte, do Nepal tais como o Everest e o Cho Oyu com face no Nepal e Tibet.

Shishapagma e montanhas fora do Nepal não constam neste cadastro.

A consulta a este banco de dados é gratuita e pode ser feita pelo seguinte link: http://www.himalayandatabase.com

Chororô

Assim como acontece com muitos esportes, com feitos contestados através de teorias da conspiração estapafúrdias e histórias de misticismo, as ascensões às montanhas do Himalaia também possuem este tipo de fenômeno.

Para cada atleta que subir a uma montanha, haverá muitos outras pessoas contestando este feito.

Porém, um fato é inquestionável: toda vez que o carimbo de Elizabeth Hawley outorgar que o montanhista chegou ao cume, todo e qualquer questionamento a respeito do acontecimento ganha status de “chororô”.

Claro que muitos podem, por conta deste “chororô”, listar qualquer fato circunstancial, mas uma vez confirmado por Elisabeth Hawley, a ascensão é oficial e indiscutível.

Cabe, portanto, a quem não concorde com a outorga, mover uma ação contestando o fato e realizar uma acareação com o montanhista em questão e a própria Elizabeth Hawley.

Na história de todo o montanhismo mundial, nunca houve uma contestação formal.

A própria Elizabeth Hawley ignora o “mimimi” de quem não concorda com sua decisão.

Elizabeth Hawley

Foto: http://in.reuters.com/

Foto: http://in.reuters.com/

Nascida na cidade americana de Chicago, formou-se jornalista pela Universidade de Michigan, e após receber uma proposta de trabalho como pesquisadora para a revista americana Fortune teve a oportunidade de realizar uma viagem paga para Kathmandu.

Anos mais tarde teve a oportunidade de voltar, desta vez trabalhando para a revista Time, quando não mais voltou aos EUA.

Trabalhando como colaboradora para a Agência Reuters cobrindo as notícias de montanhismo adquiriu respeito pela comunidade de montanhismo internacional decido à sua precisão em captar dados de realização de cumes.

A Reuters é uma agência de notícias britânica, com sede em Londres, e considerada a  maior agência internacional de notícias do mundo.

Foto: http://www.20minutos.es/

Foto: http://www.20minutos.es/

Elizabeth Hawley é parte pesquisadora, e documenta as escaladas no Himalaia desde 1963 e tem a reputação inabalável, sendo amplamente reconhecida como implacável e sem papas na língua.

Em reconhecimento pela sua reputação, e trabalho impecável, foi nomeada consulesa honorária da Nova Zelândia no Nepal.

Durante anos a jornalista desenvolveu uma amizade com montanhistas como Sir Edmund Hillary e Reinhold Messner.

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