Hoje faz 30 anos da morte de Wolfgang Güllich

Hoje faz 30 anos que se passaram desde a morte do alemão Wolfgang Güllich. O proeminente escalador, que em 2022 completaria 62 anos, morreu em 31 de agosto de 1992 como resultado de um acidente de carro.

Não fosse o infeliz acidente, a lista de suas conquistas certamente seria muito maior.

As vias encadenadas por Güllich são hoje símbolos da escalada esportiva mundial. Para se ter uma ideia da grandeza do atleta alemão, pouquíssimos escaladores até hoje repetiram os feitos de Güllich, sendo que praticamente nenhum sul-americano.

A história completa da evolução dos graus de escalada, assim como a evolução da escalada esportiva brasileira, está no premiado artigo A história completa do 12º grau brasileiro – A evolução no Brasil e no Mundo. Nenhum site brasileiro possui um relato sobre a evolução do grau de escalada esportiva, e mundial, disponibilizado de maneira tão completa.

O fenômeno Wolfgang Güllich

Nas décadas de 1980 e 1990, Wolfgang Güllich constantemente ultrapassou os limites das dificuldades, escolhendo as florestas de Frankenjurna como o principal campo de treinamento. Em 1984, há 38 anos atrás, Güllich escalou a primeira via graduada como 8b francês (10b brasileiro) do mundo, chamada “Kanal im Rücken” em Frankenjurna.

Um ano depois, 1985, Güllich estabeleceu o primeiro 8b+ francês (10c brasileiro) do mundo, dessa vez na Austrália, em Mt. Arapiles na via “Punks in the Gym” (um projeto do suíço Martin Scheel). Somente um ano depois o escalador Stefan Glowacz, outra lenda da escalada, fez a segunda ascensão.

Os anos seguintes foram os anos de ouro para o alemão: em 1987 encadenou primeiro 8c francês (11a brasileiro) do mundo na via “Wallstreet”. É historicamente considerado que o primeiro 11a brasileiro foi encadeando pelo gaúcho Vinicius Tordero, na via “Disciplina não ter, Jedi não será” localizada em Caxias do Sul-RS.

Isso foi quase 23 anos depois de Güllich. Até a publicação desse artigo a via não foi decotada e teve a sua graduação confirmada.

Considerado um marco na escalada esportiva, a via “Action Directe”, estabelecida como um indiscutível 9a francês (11c brasileiro) que o alemão encadenou em 1991 no setor Waldkopf Turm. Para superar alguns saltos dinâmicos em pequenos monodedos e bidedos, ele desenvolveu um programa de treinamento especial no campus da faculdade. Lá foi criado por volta de 1987 por Norbert Sandner: o campus board.

Em francês e italiano, o campus board é chamado pan Güllich, em homenagem ao seu idealizador.

Mas nem tudo era felicidade e perfeição na vida deste escalador. Também houve lesões e contusões que o fizeram ficar afastado do esporte. Uma das mais icônicas é sua queda em Elbsandstein, quando uma agarra da via quebrou e caiu aproximadamente 20 metros, sendo detido somente a 1 metro do chão.

Na Suíça, enquanto escalava a via “Welzenbach” caiu da mesma altura, 20 metros, e acabou fraturando um dos ombros.

Wolfgang Güllich morreu um acidente de carro na estrada entre Munique e Nuremberg. O relatório da polícia afirmou que ele provavelmente adormeceu ao volante.

Sua sepultura fica na cidade alemã de Obertrubach, localizada a 200 km de Munique. Há poucos anos a prefeitura da cidade inaugurou um monumento em homenagem ao escalador, muito disso para aproveitar o fluxo de visitantes a seu túmulo.

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