Guias de montanha preveem que normalidade no setor retorne só em 2023

Uma pesquisa realizada pela plataforma de reservas de guias 57Hours, apurou que que os guias de montanha perderam de 75 a 100% de sua receita em 2020 e 2021 devido à pandemia. além disso, a plataforma detectou que entre os guias, a normalidade está distante.

A plataforma 57Hours procura conectar clientes e guias treinados e certificados em todo o mundo. A pesquisa, que explorou os efeitos da COVID-19 na indústria de guias de atividades outdoor, incluiu 93 entrevistados que fazem parte da rede internacional de guias de montanha da 57Hours.

Guias de montanha

Foto: http://www.demainjechange.com/

De acordo com a pesquisa, 56% dos guias de montanha independentes disseram que perderam mais de 50% de sua renda em 2020, com 62% das viagens futuras canceladas imediatamente e sem planos de reprogramação.

Embora 97% dos entrevistados tenham dito que seguem os protocolos de segurança contra COVID-19, a maioria sente que seus esforços não serão suficientes devolver a normalidade ao setor de imediato. Mesmo com a vacinação.

Um ponto positivo que apareceu na pesquisa da 57Hours, foi a indicação de que as viagens locais estão aumentando à medida que as pessoas procuram aventuras mais perto de casa. Uma tendência que está ocorrendo em toda a indústria de atividades outdoor mundial.

Na época anterior à pandemia, apenas 27% dos clientes eram locais, mas em 2020, a porcentagem subiu para 83%.

Guias de montanha no Brasil e a pandemia

Guias de montanha

Foto: Camila Perez on Unsplash

A indústria do turismo no Brasil perdeu R$ 65,6 bilhões durante a pandemia. Os dados são da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

Pesquisa realizada pelo Sebrae, em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), apurou que os maiores índices de concentração de empresários aflitos (acima de 60%) estão nos segmentos de Turismo. A pesquisa ainda revelou que, em média, a expectativa de uma melhora da pandemia, de acordo com os entrevistados, deve acontecer somente em 17 meses.

O turismo internacional, especialmente para destinos procurados para praticantes de atividades outdoor, também está interrompido para brasileiros. Com média móvel de 3.000 mortes por dia, cada vez mais países aumentam as restrições à entrada de brasileiros.

A possibilidade de viajar para lugares como Torres del Paine, no Chile, Patagônia, na Argentina, ou parque Huayhuash, é diretamente proporcional ao valor do número de mortes. Como os índices de isolamento social e vacinação no Brasil estão longe de ficarem a níveis aceitáveis, é concreta a possibilidade de que viagens internacionais somente aconteçam sem maiores restrições em 2023.

Ao todo, 217 países têm restrições à entrada de pessoas vindas do Brasil. Deste montante, pelo menos 114 países têm fortes restrições como EUA, Argentina, Chile, França, Inglaterra e Itália. Nos EUA, por exemplo, a entrada de pessoas que estiveram no Brasil nos últimos 14 dias em geral não é permitida.

Para todos os 27 países da União Europeia a entrada de brasileiros não é permitida, com exceção de quem dupla nacionalidade. Países como Japão, Austrália e Índia também não autorizam a entrada de brasileiros ou pessoas vindas do Brasil.

Apenas oito países possuem restrições leves ou nenhuma restrição à entrada de brasileiros no momento: México, Afeganistão, República Centro Africana, Albânia, Costa Rica, Nauru e Tonga. Os voos diretos do Brasil estão suspensos para a Colômbia, Venezuela, Peru, Suriname e Argentina. Chile e Uruguai chegaram a suspender voos do Brasil, mas apenas cidadãos locais ou seus parentes próximos podem entrar.

Bolívia, Paraguai e Equador também não proibiram a entrada, mas exigem restrições moderadas, como exames negativos de coronavírus e quarentena na chegada.

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