Quem foram os atletas que mais se destacaram no Campeonato Mundial Juvenil na Rússia

Quem se destacou no Campeonato Mundial Juvenil na Rússia e podemos ficar como seus nomes no radar? Conforme publicado pela Revista Blog de Escalada no dia de ontem, foi feita uma análise de quais países estão mais consolidados no gerenciamento de sua base de novos talentos para a escalada esportiva.

No artigo, que optou por não citar nomes de nenhum atleta, mostrou que países como França, Inglaterra, Bulgária e Eslovênia, fizeram a tarefa de casa quando o assunto é revelar novos talentos. A análise (que pode ser lida nesse link) foi a única realizada por qualquer veículo de esportes outdoor na América do Sul.

Dentro da cobertura do evento, a Revista Blog de Escalada providenciou um link alternativo, com narrações e comentários em português para apoiar os atletas brasileiros que se classificaram para a semifinal masculina da categoria Junior na disciplina de vias guiadas.

Visão geral dos destaques do Campeonato Mundial Juvenil

Diferentemente de 2019, quando Japão dominou totalmente em 2019, este ano o país participou com apenas com um atleta por categoria no Campeonato Mundial Juvenil. O japão é considerado o país com maior número de atletas de alto rendimento no cenário da escalada esportiva.

Os EUA foi o país com mais medalhas em Voronezh, seguidos de potências mundiais na escalada de competição como Rússia, França e Japão. A Grã Bretanha também terminou com um bom desempenho.

Usando o número de pódios de cada pais, colocando 3 pontos para os primeiros lugares, 2 para os segundos lugres e 1 para os terceiros:

  • França: 18
  • Japão: 16
  • Eslovênia: 15
  • EUA: 14

Os atletas mais proeminentes foram o britânico Hamish McArthur (campeão em bouldering e vias guiadas na categoria Júnior) e a norte-americana Anastasia Sanders (campeã em bouldering e vias guiadas na categoria Juvenil B).

Nomes como o do japonês Soratu Anraku (1º em vias guiadas e segundo em bouldering no Juvenil B), a eslovena Sara Copar (1ª em vias guiadas e 2ª em bouldering no Juvenil A), a italiana Beatrice Colli (especialista em vias guiadas e vencedora no Juvenil A) e as francesas Naïlle Meignan e Zélia Avezou ( vencedoras do bouldering nas categorias Júnior e Juvenil A), foram quem ganhou os holofotes de quem opta por uma análise simplista simplesmente pelos nomes do pódio.

Do continente sul-americano, somente a chilena Ignacia Quinteros se destacou e chegou a uma final, ficando em 5º na disciplina de vias guiadas na categoria Junior. Quinteros também chegou à semifinal de c, consolidando-se como o nome de maior potencial de resultados relevantes a médio prazo.

De todos os atletas brasileiros, apenas dois, Samuel da Silva e Mateus Bellotto, da categoria Junior, conseguiram chegar a uma semifinal. Não houve, entre os representantes do Brasil, nenhum atleta em nenhuma final.

A promessa britânica chamada Hamish McArthur

 

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O britânico é natural de Yorkshire Hamish McArthur, de 19 anos, foi uma das grandes sensações em Voronezh. O britânico não é nenhum desconhecido, pois já era treinado e ‘cultivado’ pelo Conselho Britânico de Montanhismo (British Mountaineering Council – BMC).

Parte de como foi sua preparação (o BMC não possui um centro de treinamento) foi divulgada por Tim Cunnington, Gerente de Desenvolvimento de técnicos da GB Climbing (que pertence à BMC). Cunnington chamou a preparação de Caminho de Talento e Desempenho, o qual não é não visto como uma pirâmide, mais como uma jornada linear.

“Em muitos casos, o início da jornada – especialmente para atletas muito jovens – será em uma parede local, competições divertidas e talvez chegar a um time de parede ou academia”, explicou Tim Cunnington. “Para os atletas que se saem bem aqui, ou que se saem bem nas Series de Competições Nacionais, existe a oportunidade de apoio através das Seleções de Desenvolvimento Regional e da Seleção de Desenvolvimento Nacional da Grã Bretanha”, conclui Cunnington.

Em setembro de 2018 Hamish McArthur estreou na categoria adulta na Copa do Mundo de Vias Guiadas, realizada em Kranj (Eslovênia) e terminou em 29º lugar .No ano seguinte subiu ao pódio como Campeão do Mundo de Escalada Juvenil e vice-campeão Youth A no bouldering.

O melhor resultado competindo no adulto foi obtido este ano na Copa do Mundo de de Vias Guiadas, realizada em Briançon, França, onde ficou com a 19ª colocação (ou seja, chegou a uma semifinal). Ou seja, para quem gosta de prognósticos e análise de desempenho, alguém que se destaca aos 19 anos no Campeonato Mundial Juvenil está próximo a sequer nem classificar no adulto.

Neste ano de 2021, no Campeonato Mundial Juvenil de Voronezh fico com a medalha de ouro em vias guiadas e bouldering, na categoria Junior e foi seu último campeonato juvenil. A partir de agora irá se dedicar a competições na categoria adulta.

Anastasia Sanders: o exemplar trabalho de base dos EUA

Anastasia Sanders tem 14 anos e competiu na categoria Juvenil B e conquistou o ouro em bouldering, vias guiadas e combinado. Sanders é uma das jovens figuras que saíram da escalada dos EUA. A US Climbing não é uma federação (que em geral recebe recursos públicos), mas uma liga esportiva, com CEO (contratado por análise de currículum) e disponibilização de planos e metas.

O US Climbing não funciona como a maioria, com recursos públicos, mas com financiamento através de patrocínios e doações de particulares. Em 2020, eles tinham um orçamento de US$ 4 milhões (R$ 20.495.200 em valores de hoje).

O segredo está na maneira que são organizadas as competições. Qualquer pessoa com 16 anos ou mais pode escolher competir no Open Nationals. Não há competições regionais ou de divisão para competidores Open, mas cada atleta deve fazer parte e um time (não sendo permitido atletas freelancers). Para fazer parte de um time, cada academia promove campeonatos internos periodicamente e com calendário próprio.

Para escaladores jovens são subdivididos em 5 grupos de idade. Para os jovens, os EUA estão subdivididos em 8 divisões e 16 regiões e qualquer pessoa pode competir nas competições locais. Membros escaladores dos EUA, que participaram de pelo menos duas competições locais, podem competir em regionais. Os 10 melhores competidores em cada gênero e categoria nas regionais recebem um convite para as divisões nacionais.

A edição de 2021 do Campeonato Mundial de Escalada Juvenil foi um verdadeiro palco para Anastasia Sanders. Nos EUA, a atleta já é conhecida por ter vencido o campeonato de bouldering e o campeonato de vias guiadas em sua categoria neste ano (sim, os EUA já tiveram campeonatos de escalada juvenil este ano). Sua performance em escalada de velocidade também impressiona, e no mesmo torneio foi a terceira na disciplina.

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