Nove russos receberam permissão para subir picos no Nepal nesta primavera, apesar dos pedidos de diplomatas e montanhistas ucranianos para que fossem banidos depois que o presidente Putin invadiu a Ucrânia. Uma nota da embaixada ucraniana em Delhi ao governo do Nepal diz que várias federações esportivas internacionais proibiram atletas russos de competiam em escalada esportiva.
“Levando em consideração o exposto, o estimado lado nepalês é gentilmente solicitado a banir as equipes de montanhismo russas até o final da invasão russa na Ucrânia”, diz a nota diplomática. As autoridades do Nepal afirmaram que continuam a emitir autorizações para qualquer pessoa que cumpra as regras e regulamentos do governo nepalês.
“Não houve nenhuma mudança em nossa política até agora”, o diretor-geral do departamento de turismo do Nepal, Taranath Adhikari disse à BBC britânica. “Acreditamos que nossas montanhas são ativos globais e os cidadãos de qualquer país dispostos a visitá-las para alcançar a paz devem poder fazê-lo, desde que dentro de nossas disposições legais”.
Irina Galay (foto no topo do artigo), a primeira ucraniana a escalar o Monte Everest (8.849 m) e o K2 (8.611 m), escreveu em seu Instagram que os russos não deveriam ter o privilégio de escalar “enquanto a guerra continuar”. “Sem paz, sem escalada. Espero que em breve tenhamos paz e escalada.”, completou Galay.
Nenhum alpinista ucraniano é esperado para esta primavera. “Tínhamos cerca de 35 montanhistas da Ucrânia vindo para diferentes montanhas, mas todos eles cancelaram”, diz Mingma Sherpa, presidente da Seven Summit Treks.
No ano passado, nas temporadas de escalada da primavera e do outono, haviam 49 russos e 19 ucranianos registrados para subir as montanhas do Nepal acima de 8.000 metros. Os dados são do Himalayan Database, que registra dados relacionados ao montanhismo no Himalaia nepalês.
Até o momento da publicação desse artigo, o departamento de turismo do Nepal emitiu licenças para 18 equipes de expedição subirem montanhas acima de 6.000 metros nesta primavera. Dos 135 montanhistas dessas equipes, apenas um é da Rússia.
Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.