Trekking: Técnicas para guardar alimentos fora da geladeira

Guardar comida para o que pode acontecer é um comportamento que muitos animais apresentam. Por certo, é uma ação que moldou as sociedades como as entendemos hoje.

Conheça algumas técnicas para guardar alimentos fora da geladeira e também receitas básicas para colocá-las em prática.

Técnicas para guardar alimentos fora da geladeira

A primeira coisa é ter clareza sobre o que buscar, basicamente para evitar a deterioração dos alimentos devido à presença de microrganismos que os danificam ou que se oxidam pela ação de elementos externos. Dependendo do tipo de alimento que queremos conservar, é um desafio poder conservar nossos alimentos. Confira a seguir.

Desidratação

Ao extrair os líquidos dos alimentos, evita-se a possibilidade de proliferação de bactérias. A saber, sem um meio aquoso não há prosperação. Para fazê-lo existem algumas técnicas.

  • Salgado: o sal tem duas funções, extrair umidade e criar um ambiente salino que dificulta a proliferação de bactérias.
  • Ensolarado: a ação do sol consegue extrair umidade, mas isso pode ser potencializado através do uso de acumuladores de calor. É importante que os alimentos a serem secos ao sol sejam muito bem ventilados, para que a umidade possa escapar sem impedimentos.
  • Tostando: aplicando o calor do fogo lentamente e constante, conseguimos eliminar grande parte da umidade, técnica que é especialmente eficaz em cereais e leguminosas.
  • Defumado: além do próprio calor, o efeito da fumaça nos alimentos gera certas substâncias antibacterianas. No entanto, após estudos recentes, o consumo abusivo de produtos defumados também gera problemas de saúde. Portanto, é uma técnica que devemos utilizar racionalmente.

Geléia

A saber, tanto os alimentos doces quanto os salgados podem ser preparados num líquido que, após sofrer uma variação térmica, consegue solidificar. Como geleias, xaropes ou gorduras, fazendo com que o alimento fique sem ar, evitando o aparecimento de bactérias que precisam de oxigênio para crescer e proliferar.

Esta técnica, indicada para quase todos os tipos de fruta, aproveita a sua frutose ou podem ser adicionados açúcares. Também pode ser feito com carne e peixe criando um purê ou creme e adicionando ácidos como vinagre e sal.

Fermentação

Fermentação é uma das maneiras mais antigas de conservar alimentos. Incentivar a proliferação de certos tipos de bactérias é um método muito utilizado para conservar, por exemplo, vinho, queijo ou iogurte.

Os molhos de ketchup ou de peixe asiático têm origem nesta técnica: ao promover certas colônias de bactérias favoráveis, evitam a proliferação de outras menos desejáveis.

Encurtido

Consiste basicamente em criar ambientes aquosos com PH ácido e/ou muito salino em que é muito difícil para bactérias e fungos prosperarem.

Os alimentos podem então ser extraídos no momento desejado, interrompendo o processo de conservação. Por exemplo, temos azeitonas, cebolas, peixes, anchovas ou polvos.

Receitas

Foto: Frank Holleman /Unsplash

Foto: Frank Holleman /Unsplash

  • Carne seca: pegue um pedaço de carne magra e corte-o em tiras finas de no máximo 1 cm de espessura. Polvilhe generosamente com sal e pode usar outras especiarias que dão sabor e ajudam no processo de conservação. Que tenham propriedades antibióticas (pimentão, curry, cominho, alho, etc). Leve essas tiras ao forno, pendure-as na grelha e deixe a porta do forno levemente aberta para que a umidade contida na carne escape, deixando-a o mais seca possível. O processo dependerá da quantidade de carne. A saber, a uma temperatura em torno de 150 graus para um quilo de carne pode demorar cerca de 1 hora.
  • Gofio: podemos fazer a partir de quase qualquer cereal ou mesmo de raízes, passando por todo o tipo de leguminosas. A primeira coisa que a se fazer é colocar o tecido escolhido em pequenos pedaços. Não maiores que 2 centímetros em uma chapa e aquecê-lo lentamente enquanto os move. Pouco a pouco ficarão dourados até atingirem um castanho meio preto. A saber, é importante que o calor aja devagar para permitir que a umidade saia do interior. Na sequência, mói o gênero escolhido criando uma farinha bastante seca. É aconselhável adicionar sal, pois evitará ainda mais a umidade e a proliferação de fungos. Por fim, será suficiente apenas fazer a reidratação e comer, pois já estarão cozidas.

Foto destaque: Laurence Ziegler | Unsplash

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