Professores realizam estudo sobre academias de escalada; veja as conclusões

Dimitri Wuo Pereira (doutor em Educação pela UNINOVE), Julia Maria Rosa da Silva (graduanda em Educação Física na USP) e Yasmin de Brito Souto Maior (pós-graduada em Esporte de Aventura através da FMU) fazem parte do estudo realizado sobre as academias de escalada em São Paulo.

A saber, o estudo conta com um mapeamento dos ginásios e praticantes. Confira a seguir os números dessa pesquisa e mais.

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Estudo sobre academias de escalada em São Paulo

Em suma, o artigo mapeou os ginásios e paredes de escalada do estado de São Paulo, mediante uma pesquisa descritiva exploratória, para conhecer como são os espaços de escalada do estado e para traçar um perfil dos praticantes desses espaços.

Números e participantes do estudo sobre as academias de escalada

Em síntese, apesar de 38 academias terem sido procuradas, 28 ginásios dessa lista participaram da pesquisa. A saber, alguns não responderam porque já não operam mais suas atividades, ou por considerarem suas informações sigilosas.

Nesse ínterim, 152 pessoas participaram da pesquisa. Dessa forma, estavam incluídos praticantes de escalada desses espaços (67,1% homens e 32,9% mulheres). Decerto, já é possível ver um aumento de participação feminina no esporte.

Só para ilustrar, 60,7% dos ginásios oferecem as modalidades de top rope/guiada e Boulder. Sobre tamanhos: 20 m² e 150 agarrras (os menores) e 600 m² com mais de 30 mil agarras (os maiores), sendo a média de 133 m² com 3202 agarras em cada um.

Equipamentos mais encontrados, versatilidade e formação

Conforme o estudo, 85,7% dos ginásios contam com spraywall e os equipamentos mais encontrados nos treinamentos, além das paredes em si são: fingerboard, campusboard e barra fixa.

Cabe destacar que 60,8% dos ginásios oferecem outras atividades além da escalada, como: treinamento funcional, alongamento, yoga, entre outras.

Da mesma forma que adultos podem praticar, a criançada têm acesso a esse mundo, pois 53% oferecem escolinha de escalada para crianças.

Média das mensalidades e idade dos participantes

O custo médio da mensalidade ficou em torno de R$ 186,90, com o valor das diárias avulsas em R$ 39,20 (valores correspondem ao ano de 2021). Dentro disso, 71% contam com profissionais formados em Educação Física e 71% têm route setters próprios.

Em relação à idade média, os praticantes de escalada indoor possuem algo em torno de 32,7 anos. De fato, pode se considerar uma idade avançada, porém, leva-se em consideração que não participaram da pesquisa os menores de 18 anos.

Independente da idade, um fato apresentado na pesquisa é que o IMC desses praticantes ficou em 23,5 para os homens e 22,6 para as mulheres. Logo, isso demonstra que pessoas que praticam a escalada possuem uma composição corporal considerada saudável pela OMS.

Sob o mesmo ponto de vista, menos de 40% dos participantes da pesquisa competem em festivais de escalada. Outra prova de que quem prática escalada recreativamente pode ter benefícios também, não apenas os competidores ou atletas profissionais.

Início na escalada e medos

De acordo com o estudo, 54% dos homens e 90% das mulheres começaram a partir de 2016. A escalada veio para 43% dessas pessoas através de amigos, enquanto 14% começaram sozinhos e 11% com algum professor que incentivou.

Curiosamente, tanto as mulheres quanto os homens relatam o medo de cair. As mulheres citaram ainda a falta de força, já os homens destacaram a falta de flexibilidade. Em última análise, a leitura de via ficou como o terceiro item mais citado por ambos.

Conclusões do artigo

Por fim, o estudo mostra que a inserção da escalada nos Jogos Olímpicos alavancou a prática. Sejam ginásios pequenos ou grandes. De fato, o spraywall é um espaço bem requerido pelos praticantes, mostrando a necessidade dos treinos irem além das vias demarcadas.

Pouco mais da metade dos ginásios oferece a prática para crianças e adolescentes de modo sistematizado, dificultando a criação de uma cultura de escalada que venha desde a infância e deixa a prática com uma aparência de mais arriscada.

Vale ressaltar que os custos da escalada são pouco acessíveis a maior parte da população. Dentro disso, o fator medo é um ponto relevante. Muitos precisam enfrentar esse medo para iniciar ou continuar na escalada. Afinal, os fatores cognitivos e emocionais são tão essenciais para os praticantes quanto os fatores físicos.

Foto destaque: Rahadiansyah /Unsplash

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