A América do Sul possui extensão de 17.819.100 km², abrangendo 12% da superfície terrestre e vive nela aproximadamente 6% da população mundial. Predominantemente no continente fala-se vários idiomas, mas os principais é o português e o espanhol. A extensão da América do sul é de 7.500 km desde o mar do Caribe até ao cabo Horn (extremo sul do continente). Viajar por este continente ainda por muito de explorar, no século XIX, o continente recebeu cerca de 15 milhões de imigrantes provenientes da Europa. Com 12 países, evidentemente o continente possui vários lugares para escalar.
Escolher um local como “melhor da América do Sul” é uma tarefa ingrata. Muito disso porque vivemos na era do “mimimi” e, por algum motivo que é difícil entender, quando indica um local como “melhor do continente”, há pessoas que concluem erroneamente que os lugares preteridos são “ruins” um um “lixo”. Artigos de “melhores do continente” servem prioritariamente orientar a quem deseja viajar e necessita de sugestões de localidades. Além disso serve também de orientação para qualquer estrangeiro procurando um lugar para visitar.
Se você faz parte da triste geração que se estressa e se frustra por tudo, é recomendável que procure fazer a sua própria lista. Afinal, para as localidades de escalada o critério de escolha foi a relação custo/ benefício em consideração potencial de diversão muito mais do que propriamente a quantidade de vias, ou mesmo a existência da “linha mais difícil do mundo”.
Pitumarca – Peru
Poucas pessoas já ouviram falar sobre Pitumarca, uma pequena cidade a pouco mais de 100 km de Cusco e que abriga um dos maiores paraísos de escalada em calcário do continente. o Parque de Escalada Ch’acco Huayllascca, próximo à cidade peruana de Pitumarca, é um dos muitos lugares existentes na América do Sul que vale uma visita. A cidade de Pitumarca é pequena, por isso não espere por hotéis ou pousadas chiques.
O local mais indicado a procurar informações para a escalada é o ginásio de escalada “7A Escuela de Escalada” em Cusco. Apesar do imenso potencial, o local possui pouco mais de 150 vias, mas com capacidade de receber pelo menos cinco vezes isso.
A característica do lugar agrada bastante quem visita lugares consagrados de escalada em calcário na Europa: inclinação negativa de 45° e muitas, mas muitas, chorreras (também conhecidas como concreções ou tufas). Além disso há um outro fator que merece observação, que é a altitude.
O local fica a aproximadamente 3.500 acima do nível do mar.
Suesca – Colômbia
Localizada a 59 km ao norte de Bogotá, é o lugar de escalada mais antigo na Colômbia. Esta escarpa de arenito que conta com em torno de 500 vias entre esportivas e clássicas de até quatro cordadas, de dificuldades entre 4° a 9° brasileiro.
Por sua proximidade com a capital do país, permite exercer turismo e escalada durante uma temporada. O paredão com 2 km de extensão e altura que varia de 20 a 130 metros de altura faz a alegria dos escaladores locais.
A altitude do local chama a atenção: 2.600 metros acima do nível do mar, que garante temperatura amena e perfeita para escalar.
Valle de Los Condores – Chile
Entre os escaladores que procuram desafios, o Valle de Los Cóndores, no Chile, é o local para se visitar. Com aproximadamente 500 vias de escaladas, todas chapeletadas, receberá um “equipatón” (espécie de mutirão para a abertura de grande números de linhas) que pode elevar este número até 600 ou 700 até o final de 2019.
Em um local totalmente isolado da civilização, com a cidade mais próxima a 70 km, funciona como uma espécie de internato de escalada. Porém é um ambiente não muito favorável a pessoas acostumadas com o conforto das academias.
Para estar ali é necessário acampar, tomar banho no rio e, principalmente, utilizar equipamentos (barraca, casaco, saco de dormir, etc) de boa qualidade.
O local é tão impressionante que o próprio Adam Ondra, considerado o melhor escalador esportivo da atualidade, além de Alex Megos, já visitaram a área.
Piedra Parada – Argentina
Visual da entrada do Cajon com a Piedra Parada e o Rio Chubut ao fundo. Foto: Alex Krupka
Piedra Parada é hoje o principal local de escalada esportiva da Argentina. Desde o Petzl Roc Trip de 2012, o local que tinha pouco mais de 50 vias, saltou para 250 para o evento. Atualmente os escaladores locais, sobretudo de Esquel e Bariloche, elevaram este número para 500 vias.
O loca, entretanto, possui capacidade para pelo menos três vezes isso. Antes um ambiente agreste, hoje possui boa infraestrutura para o visitante com cerveja gelada, banho quente e relativo conforto para os dias de descanso. Mesmo assim, também exige um certo desapego do visitante quanto aos confortos da cidade e academias.
Entrada do Cajon de la Buitrera. Foto: Alex Krupka
Por estar longe da cidade mais próxima (54 km), exige certa logística do visitante, tanto de alimentos quanto de outros tipos de confortos. Desde o Petzl Roc Trip o local é intensamente visitado por Brasileiros, especialmente nos meses de dezembro e janeiro.
Serra do Cipó – Brasil
Quem começa a escalar, no Brasil ou em qualquer lugar da América do Sul, escuta maravilhas a respeito da Serra do Cipó. O local é motivo de orgulho de mineiros e atualmente possui uma infraestrutura semelhante a cidades de porte médio.
Com energia elétrica, diversas pousadas, restaurantes, caixa eletrônico, entre outros confortos, é maciçamente visitada por turistas de todos os tipos. Para os escaladores, as aproximadamente 350 vias (segundo o último guia de escalada publicado) garantem diversão para várias semanas. Além disso, a 50 km do local existem vários outros lugares de escalada, como a Lapa do Seu Antão, Lapinha, Sítio do Rod e Baú de Minas.
Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.