Este artigo faz parte de uma série de biografias das marcas mais famosas que a atuam no mercado de esportes outdoor. São destacadas marcas nacionais e internacionais e, da mesma maneira que fizemos com as biografias dos principais ídolos, o objetivo deste artigo não é fazer anúncio, mas disponibilizar a história empresarial para quem quer saber mais sobre ela. Hoje, a marca é a francesa Salomon. O objetivo, portanto, é, além de trazer um pouco da história de empreendedorismo, traçar um paralelo com a história da humanidade.
Para quem frequenta o universo de esportes de montanha já deve ter deparado com a marca Salomon uma vez na vida. A marca é a maior produtora de botas de esqui de todo mundo. Atletas de corrida de aventura e velocistas de montanha do mundo inteiro são consumidores ávidos da marca pela qualidade de seus calçados.
A marca atua em mais de 80 países em todo o mundo e possui fatias consideráveis em modalidades como esqui, snowboard, montanhismo, ciclismo, trilhas entre muitos outros. Apesar de muito admirada por montanhistas de todo o mundo, não possui uma história muito divulgada. Pois é exatamente o objetivo deste artigo: desvendar o passado da marca e contar um pouco de sua história.
O início
Falar em qualquer aspecto francês no início do final do século XIX e início do século XX é necessário entender o que foi o período conhecido como Belle Époque. Este período da história na Europa foi marcado pela paz, a qual trouxe imenso progresso tecnológico e cultural para o país. A Belle Époque começou aproximadamente em 1871 quando teve fim a Guerra Franco-Prussiana e terminou em julho de 1914, quando começou a Primeira Guerra Mundial.
A Primeira Guerra Mundial deixou aproximadamente 18 milhões de mortos, quase a metade de civis e arruinou a economia da Europa. A França perdeu 10% de sua força de trabalho masculina. O impacto sobre a mão de obra disponível em 1918 foi devastador. No total, estima-se que a França tenha perdido um terço de sua riqueza anterior ao conflito.
Foi exatamente neste cenário de destruição que nasceu em 1925, Georges Salomon na cidade de Chambéry, localizada no meio dos Alpes Franceses. Chambéry foi fundada em uma encruzilhada de rotas antigas através de Dauphiné, Borgonha, Suíça e Itália em um amplo vale entre os Bauges e as montanhas Chartreuse no rio Leysse. O principal passatempo da região era o esqui.
A família de Salomon era modesta e se dedicava a fazer lâminas de serras. Georges Salomon era filho único e sempre estava brincando na região e praticando esportes outdoor.
No ano de 1946, ele e seu pai abriram uma pequena oficina em Annecy e, um ano depois, começaram a fazer bordas de esquis. A indústria do esqui na região e nos Alpes estava apenas começando a se expandir e os Salomon usavam máquinas automatizadas para fazer as bordas de esquis.
A qualidade de seu produto chamou a atenção dos esquiadores franceses. No ano de 1948, as máquinas automáticas desenvolvidas por Georges Salomon tornaram possível produzir bordas de esqui em grandes quantidades. Anos mais tarde, foi aí que em 1957, Georges Salomon desenvolve a parada de segurança, conhecida como skade, e dois anos depois o primeiro acessório, chamado elevador, substituindo as tiras de couro tradicionais.
Quando em 1961 o famoso esquiador alpino francês Émile Allais, adota essa nova fixação. Allais foi vencedor da medalha de Bronze no Combinado em Garmisch-Partenkirchen e foi Campeão Mundial em todas as disciplinas da modalidade. Foi o equivalente a um grande atleta dos dias de hoje, como Messi ou Cristiano Ronaldo, passar a usar seu produto espontaneamente. Um ano depois, em 1962, dois terços das vendas são feitas em exportação, graças a uma rede dinâmica de importadores e os EUA torna-se o primeiro mercado da empresa.
Revolucionando o mercado de esqui a cada ano, a empresa resolve expandir seus negócios a outros esportes. A partir de 1976, Salomon oferece uma coleção de roupas, bolsas e acessórios e, a partir de 1979, a empresa também oferece botas de esqui que foram um grande sucesso de vendas. Foi quando começou a investir no esqui cross-country. Em 1985, o faturamento da Salomon ultrapassou o equivalente a € 250 milhões atualmente.
No entanto, desde o início dos anos 1990, a empresa começou a experimentar suas primeiras dificuldades econômicas. Nos anos 1990, a marca expandiu-se para caminhadas e, nos anos 2000, tornou-se uma marca líder em trilhas, introduzindo sapatos como o Speedcross. Este tênis foi criado há 12 anos, mas o design ainda é completamente avant-garde e especial.
Já em 1994, a Salomon se diversificou comprando a empresa Mavic, fabricante de peças de bicicleta de alta qualidade. Foi quando pouco depois a Salomon foi vendida ao grupo Adidas em 1997.
Com a Adidas, o casamento não foi harmonioso. Salomon é vendido novamente ao grupo finlandês Amer Sports, proprietária das marcas Wilson, Atomic, Suunto e Precor.
Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.