Você sabia que o índice de mulheres com depressão é duas vezes maior do que em homens? Os motivos são vários, que passam por questões hormonais e vão até o equilíbrio pessoal entre carreira e tarefas domésticas.
Um estudo prospectivo (onde indivíduos são seguidos do momento presente e caminha em direção ao futuro) recente descobriu que estudantes universitárias, cuja força manual de agarrar aumentou durante o período de um ano, tinham um menor risco de sintomas depressivos. Os resultados, publicados na Frontiers in Public Health, sugerem que as intervenções focadas em aprimorar a força muscular podem ser eficazes na prevenção da sintomatologia depressiva.
O estudo foi conduzido pelo pesquisador Jianhua Cao, da Nanning Normal University, e foi motivado por várias descobertas ligando a força muscular à redução dos sintomas de depressão entre adultos mais velhos. O pesquisador, junto da sua equipe que era formada por Fang Zhao e Zhongyu Ren, observam que os níveis de atividade física de uma pessoa flutuam com frequência, levando a mudanças em sua força muscular ao longo do tempo.
Os pesquisadores queriam desenvolver pesquisas existentes, explorando especificamente as mudanças na força de preensão manual e como essas mudanças podem afetar a probabilidade de uma pessoa apresentar sintomas depressivos.
A amostra do estudo foi composta por 599 universitárias (com idade de 18,7 ± 1,0 anos) na China e incluiu avaliações iniciais e um acompanhamento de um ano. As principais avaliações foram coleta de relatos da gravidade dos sintomas depressivos e um teste de preensão manual. O teste de força de pressão, que exigia que os alunos pressionassem um dispositivo denominado dinamômetro digital o mais forte possível, foi considerado um indicador de força muscular.
Os pesquisadores testaram se as mudanças na força de pressão estavam associadas ao risco de sintomas depressivos durante o acompanhamento de um ano. A análise avaliou e controlou também vários outros fatores que poderiam influenciar a relação entre a força de pressão manual e os sintomas depressivos.
Assim, foram coletados também Índice de Massa Corporal (IMC), idade, duração e qualidade do sono, tabagismo e consumo de álcool e nível de atividade física. Primeiro, não houve associação entre a força de pressão manual das alunas no início do estudo e o risco de sintomas de depressão durante o período de um ano.
No entanto, houve uma ligação negativa entre as mudanças na força de pressão ao longo do ano e o risco de sintomas depressivos. As alunas que mostraram um aumento na força de preensão manual ao longo do ano tiveram risco reduzido de apresentar sintomas depressivos.
Jianhua Cao e colegas foram buscar algumas explicações possíveis para esse efeito. Notavelmente, os músculos esqueléticos são fontes importantes de citocinas pró inflamatórias que desempenham um papel importante na função do sistema imunológico.
A força muscular mais fraca foi associada ao aumento da secreção dessas citocinas. Separadamente, sugeriu-se que o aumento da secreção inflamatória desencadeia mudanças na estrutura do cérebro e desempenha um papel no desenvolvimento da depressão.
Como a força do músculo esquelético pode ser efetivamente melhorada por atividades de fortalecimento muscular, como o treinamento de resistência, os pesquisadores especularam que o estresse oxidativo pode mediar a associação inversa entre o nível de força de pressão manual e o risco de sintomas depressivos.
Para saber mais: https://www.frontiersin.org

Argentina de nascimento e brasileira de coração, é apaixonada pela Patagônia e Serra da Mantiqueira.
Entusiasta de escalada, trekking e camping.
Tem como formação e profissão designer de produto e desenvolve produtos para esportes de natureza.