Durante o final dos anos 1980 e início dos anos 1990, Ben Moon, juntamente com seu parceiro de escalada Jerry Moffatt, elevou o nível da escalada esportiva, tanto no Reino Unido quanto no resto do mundo. Moon foi a primeira pessoa da história a escalar uma via grau de dificuldade 8c+ francês (11b brasileiro).
O britânico inegavelmente realizou muito em seus 40 anos de escalada. Mas Ben Moon não aposentou, e aos 49 anos encadenou uma via de 9a francês (11c brasileiro) e V14 em boulder.
O britânico faz tudo isso enquanto administra uma empresa de escalada de sucesso chamada Moon Climbing e cria um filho com sua esposa. Ben Moon também criou o clássico Moon Board e o Moon Fingerboard, projetados para os mais fortes e mais masoquistas entre os escaladores. Particularmente a Moon Board acabou sendo coqueluche de academias que se autodenominam modernas.
O MoonBoard é uma parede de escalada com painéis eletrônicos simples, com 2,44 metros de largura por 3,15 metros de altura, inclinada a 40 graus e configurada com uma seleção de agarras numerados que consistem em regletes, pinças, abaulados e agarrões. Mas como surgiu esta ideia e após isso foi desenvolvida.
Como tudo começou
Nas várias entrevistas concedidas para explicar a sua invenção, Ben Moon explica que a motivação foi a sua frustração com a falta de instalações de treinamento na Inglaterra. Para contornar o problema, montou um muro particular em sua casa. Após vários anos de treinamento na sua parede particular, por volta de 2004, teve a ideia de construir uma maneira de treinamento padronizada e que pudesse ser replicada em todo o mundo.
O objetivo da padronização era permitir que usuários treinassem nos mesmos tipos de movimentação fossem usamos em qualquer academia da escola. Para homenagear a si mesmo, chamou de MoonBoard. As dimensões eram a mesma de sua parede que tinha instalado em casa: 3,65 metros de altura e inclinada a 40°.
O primeiro MoonBoard teve conjuntos de agarras que eram formas geométricas que imitavam os pedaços de madeira que treinava nos anos 1990. Diferentemente das academias comerciais, onde as linhas das paredes mudam, as do MoonBoard estavam presentes para sempre, permitindo que os usuários tivessem projetos e referências de treinamento de longo prazo.
Após vários protótipos, em 2016 o produto estava pronto para ser lançado um novo site MoonBoard, com aplicativo de smartphone e sistema de LED. O aplicativo permitiu que os usuários adicionassem e pesquisassem problemas, registrassem escaladas e graus. Além disso seria possível avaliar e comentar todas as linhas criadas.
De acordo com Ben Moon, em poucas semanas, o número de linhas do MoonBoard em um ano havia ultrapassado mais de 12.000 configurações desde a inauguração de 2016. Mas os treinadores mais experimentados alertam: O MoonBoard não é muito funcional se a pessoa não está escalando facilmente linhas de boulder graduadas em V4 ou V5 na academia. Mas todos concordam em um ponto: O MoonBoard é ótimo para treinar movimentos dinâmicos e “bombantes”.
Portanto, o idealizador do aparelho e treinadores avisam que para começar a treinar no MoonBoard, tentar os problemas mais populares no aplicativo. Se a pessoa mal conseguir escalar as linhas mais fáceis, não gaste mais de 30 minutos por sessão. Para escaladores mais experientes, uma sessão MoonBoard normalmente dura cerca de uma hora.
Porque então o MoonBoard ficou tão popular? Porque além de ser uma ferramenta eficaz de treinamento de força, o MoonBoard conectou escaladores e criou uma comunidade de treinamento. Os usuários definem suas próprias linhas e os compartilham com outras pessoas, além de testarem-se nas linhas existentes.
Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.