Uma das iniciativas mais elogiosas com relação às competições de escalada em 2017 é, sem dúvida, o Circuito Mantiqueira de Boulder. Os principais detalhes deste evento foram divulgados em primeira mão pela Revista Blog de Escalada em maio deste ano.
Com o claro objetivo de revelar atletas com potencial para tornarem-se competidores o futuro, após algumas etapas realizadas, a resposta de público e patrocinadores é um bom motivo para acreditar que a decisão dos organizadores de seguir uma linha independente das entidades que exploram as competições no Brasil estava correta.
Preferindo ficar alheios à cisão que aconteceu nas organizações de campeonatos de escalada no Brasil, os proprietários e administradores de Gravidade Zero Escola de Escalada , Montê Escola de escalada e Movimento, BBLOC Escalada em Boulder, Rupestre Centro de Treinamento de Escalada (RCTE) e Picus Hostel e Escalada, se uniram para criar um circuito de eventos competitivos.
Até o momento já foram realizados duas etapas: Resende-RJ (20 de maio) e São Lourenço-MG (1º de julho).
As próximas etapas serão:
- 26 de Agosto em São Bento do Sapucaí-SP
- 23 de setembro em São Thomé das Letras-MG
- 25 de novembro em Itamonte-MG
A organização do Circuito Mantiqueira de Boulder liberou para apreciação do público um vídeo para ilustrar como foi a segunda etapa da competição. O objetivo também é mostrar a quem não teve oportunidade de comparecer a energia transmitida pelo público e atletas presentes.
Junto do vídeo foi disponibilizada também a tabela classificatória COMPLETA: https://drive.google.com
Modelo de neutralidade
A busca por neutralidade, sem tomar partido de qualquer uma das instituições que brigam pela representatividade de escaladores, parece ser o caminho a ser percorrido por quem apenas deseja competir em escalada.
A demonstração disso é que o evento competitivo de escalada mais bem sucedido do Brasil nos últimos anos é a Copa Nordeste de Escalada.
No ano de 2016 a Copa Nordeste foi sucesso de público e todas as suas três etapas foram consideradas pelos organizadores muito bem sucedida. A escolha dos organizadores de buscar esta espécie de “terceira” via, sem se preocuparem com as ameaças de proibições e reconhecimento de entidade “A” ou “B”, agradou patrocinadores e participantes. Esta preferência refletiu na atmosfera de todos os eventos nordestinos.
Aparentemente esta é a mesma estratégia adotada por grande parte dos proprietários e administradores das academias da Serra da Mantiqueira. A prática de proibições (algumas até arbitrárias), imposição de exclusividades e, principalmente, falta de comunicação efetiva com o público alvo por ambas as entidades afugentou o número de participantes. Pelos números de atletas e marcas interessados pela Copa Nordeste e agora com o Circuito Mantiqueira a neutralidade demonstra ser a tendência de eventos competitivos de escalada.
Equipe da redação