Decatlhon implementa programa de reciclagem de bolas de tênis

Você sabia que uma bola de tênis demora cerca de 2.500 anos para se decompor? Depois de jogar dois ou três jogos, a perda de pressão das bolas é mais do que evidente, levando o usuário a descartá-las (mesmo estando com a aparência de boa). Imagine então a quantidade de pessoas que praticam tênis ou squash no mundo. Enquanto algumas pessoas focaram as energias em diminuir os sacos plásticos e garrafas PET do planeta, outras pessoas procuraram visualizar quais outros materiais podem ser considerados poluentes. Um deles foi a bolina de tênis.

De acordo com a ONG Ecovidrio, a cada ano são lançadas no mercado um volume de 300 milhões de bolas de tênis em todo o mundo. Pode parecer pouco o tempo de decomposição de uma bola de tênis se compara ao vidro, que pode durar até 1 milhão de anos (dependendo das condições às quais o material é sujeito). Mas comparando com as da garrafa PET, parece um pouco mais alarmante: mínimos cem anos. Ou seja, uma bola de tênis leva mais tempo para se decompor que uma garrafa PET.

Por isso a rede de cadeias francesa de equipamentos esportivos Decathlon lançou neste mês de Agosto o projeto #doblerebote. Até o momento a campanha está sendo implementada apenas na Espanha, mas o plano original é conseguir levar a iniciativa em todo o mundo. As bolas de tênis descartadas serão usadas para fabricar chinelos, que serão batizados de Reciflop. As 155 lojas da Decathlon em toda a Espanha irão recolher as bolinhas em suas dependências.

A Decathlon brasileira, que vive uma implementação de expansão agressiva na América do Sul, não anunciou se a iniciativa também será implementada em solo brasileiro. Ao menos na Europa, a empresa se preocupa em preparar seus funcionários para uma sustentabilidade maior de seus equipamentos. No ano passado, quase 60% dos engenheiros de materiais receberam formação específica para avaliar o impacto ambiental dos produtos que desenvolvem. Ao todo são 705 artigos projetados para serem ecológicos, reforçando a aposta da empresa em potencializar o uso de materiais reciclados e sustentáveis.

Caso o programa de reciclagem de bolinhas de tênis seja implementado no Brasil, será pioneiro no país. Grande parte das lojas de equipamentos esportivos no Brasil, não possuem um engajamento significativo com reciclagem e reaproveitamento de materiais. A empresa americana Patagonia, por exemplo, possui um programa de recuperação de peças de roupas (não importando a marca) chamado de “Worn Wear”, para diminuir o descarte e aumentar o reaproveitamento de equipamentos.

Outra que aderiu recentemente foi a rival The North Face, que neste ano implementou o programa “The North Face Renewed”. Semelhante ao da Patagonia, o objetivo da iniciativa é conseguir ampliar o programa para criar um conceito de “modelo industrial circular” que, em outras palavras, significa incentivar as pessoas a utilizarem os produtos até que eles literalmente acabem e possibilitem uma maior sustentabilidade da indústria outdoor.

Para quem acredita que a Decatlhon esteja entrando somente agora neste tipo de iniciativa, engana-se. Este não é o único projeto que a empresa busca implementar em matéria de reciclagem de materiais. Sua marca de produtos náuticos, a Tribord, investe no reaproveitamento de conchas de ostras usadas, para que seja convertida em matéria-prima para a confecção de suas pranchas de surf, par melhorar a aderência.

No Brasil, infelizmente, não há muitas notícias de nenhuma marca esportiva, sobretudo de esportes outdoor, que tenha investido em programas de reciclagem de equipamentos e/ou recuperação de roupas. Há, entretanto, iniciativas pontuais mas que não são divulgadas nem implementadas como um programa permanente. Cabe aos usuários entrar em contato com as marcas, sobretudos nacionais, para questionar sobre este tipo de postura.

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