Corrosão Galvânica: Saiba mais sobre o inimigo silencioso das proteções de escalada

Todo escalador parte da premissa de que é necessário confiar nas proteções de escalada em uma via. Uma proteção mal conservada, ou mesmo enferrujada, pode colocar em risco a integridade do escalador. Exatamente por este motivo é que os conquistadores de vias de escalada, devem ter uma preocupação não somente com a resistência do material usado, mas também como cada um dos elementos utilizados irão reagir a longo prazo. A longevidade de uma proteção de escalada deve ser também uma das muitas preocupações que um conquistador de vias de escalada deve possuir.

Como já escrito aqui na Revista Blog de Escalada, além de ser repetido em diversas palestras de montanhismo ao redor do mundo, conquistar vias de escalada não é somente colocar proteções em alguma linha idealizada. Como uma via de escalada é enxergada como uma obra de arte (ao menos para muitos escaladores), preocupar-se com o tipo de material utilizado é importante para perpetuá-la. Se ao longo do tempo uma chapeleta, ou mesmo um grampo “P”, estiver com corrosão acentuada, muito provavelmente ela irá sendo abandonada gradualmente pela comunidade. Além disso, caso aconteça um acidente por conta da corrosão, prejudicará a originalidade da mesma via e afetará o currículo do conquistador.

Uma das maiores preocupações de conquistadores de vias de escalada deve ser a utilização de materiais que não provoquem a corrosão galvânica. Pois se o conquistador da via misturar metais diferentes, a corrosão de uma das partes da proteção irá acelerar.

Vamos exemplificar: mesmo que o conquistador na melhor das intenções utilizou um parabolt de 12 mm e uma chapeleta de aço inoxidável. No momento que for instalado irá funcionar bem, mas ao longo de, digamos, 10 anos o resultado pode ser desastroso. Especialmente se existir um eletrólito, que é a própria umidade do lugar.

O motivo deste desastre chama-se corrosão galvânica, que ocorre quando se misturam dois metais nobres com não nobres (chapeleta de aço inoxidável com aço carbono do parabolt). Neste caso o metal não nobre irá corroer de maneira prematura. Apenas para se ter um exemplo clássico, na Inglaterra foi encontrado um parabolt de 10 mm, com aspecto exterior perfeito mas que a ser extraído possuía 3 mm em seu interior. Em uma eventual queda, seria um desastre absoluto.

Portanto, para se evitar este desastre silencioso, é imprescindível que no momento de instalar uma proteção de escalada utilizar tanto parabolt, quanto a chapeleta, de mesmo material. Na Europa a Euroinox, uma associação para o desenvolvimento do aço inoxidável no mercado europeu, disponibiliza estudos sobre o material com boa referência sobre a corrosão galvânica.

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