De 24 de agosto a 5 de setembro acontecem os Jogos Paralímpicos Tóquio 2020, um evento multiesportivo para atletas com deficiência organizado pelo Comitê Paralímpico Internacional (CPI). A comunidade de escalada ainda extasiada pela estreia da escalada já fazia pesquisas para acompanhar a paraescalada (ou paraclimbing para quem gosta de neologismo).
Para quem estava esperando ver algo de escalada na paraolimpíada uma notícia: o paraclimbing não faz parte dos Jogos Paraolímpicos deste ano. Como sempre sobram pessoas com Síndrome de Dunning-Kruger, que acham que sabem mais que todos e sentem fome de culpar alguém, saiba que razões para isso são complicadas, mas podem ser resumidas em alguns pontos-chave.
A primeira delas é saber que Comitê Olímpico Internacional (COI) e o Comitê Paraolímpico Internacional (CPI) são organizações distintas. Ou seja, o COI e o CPI não seguem necessariamente o mesmo cronograma ou operam simultaneamente em questões de inclusão de uma modalidade esportiva.
Para se ter uma ideia, o CPI, por meio de uma informação em seu site, esclarece que os critérios baseiam-se nos princípios de qualidade, quantidade e universalidade:
Qualidade: qualidade competitiva de eventos e disciplinas oferecidos em um programa de competição quadrienal de uma determinada modalidade esportiva.
Quantidade: número de nações que praticam amplamente uma modalidade esportiva em nível de elite.
Universalidade: número de regiões nas quais uma modalidade esportiva é amplamente praticado.
Assim, o paraclimbing, pelos critérios do CPI não tem uma amplitude ou a infraestrutura global para a inclusão em uma paraolimpíada. A Federação Internacional de Escalada Esportiva (IFSC) possui provas de paraclimbing, porém é determinante que um grande número de associados a ela também fomente a modalidade.
O paraclimbing também não está na lista de esportes para os Jogos Paraolímpicos de 2024, em Paris. Entretanto, a inclusão nos Jogos Paraolímpicos de 2028, em Los Angeles, tem possibilidade de ser concretizada. A confirmação das modalidades esportivas da Paralimpíada de 2028 deve ser feita até o ano de 2023.

Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.