Aprendizagem a gente encontra em todo lugar, tanto na rua, como dentro de casa. Este deve ser o pensamento em relação à pandemia do novo coronavírus.
No momento que maioria dos estados brasileiros implementa gradualmente medidas que se assemelham ao que se vive em Itália, Espanha e França, há muito pessimismo no ar. O novo coronavírus só é invisível para quem não quer vê-lo.
Junto a tudo isso, a pandemia também trouxe o pior da sociedade aos nosso olhos. Descobrimos a falta de escrúpulos de quem usa tal situação para se beneficiar. É constante ver nas redes sociais se gabando de, por exemplo, ir a algum lugar para escalar nas “férias forçadas”.
Não custa lembrar que todo este desconforto social durará pelo menos 20 dias. Durante este período toda a sociedade terá tempo de refletir sobre nosso modus vivendi.
Amadurecimento em final e crise
Toda crise leva a um certo amadurecimento. Todos nós sabemos que é preciso amadurecer em algum momento da vida e este, em plena pandemia de Covid-19, parece ser o momento mais propício. Uma pessoa madura é aquela que, quando se vê diante de algum problema, sabe contorná-lo com quietude, buscando aproveitar esses momentos para evoluir enquanto pessoa.
Com o amadurecimento, é possível analisar melhor um problema e, com racionalidade, buscar a solução mais adequada. Além disso, nos permitirá refletir sobre toda a polaridade que vivemos no mundo atual. Falta de diálogo e impossibilidade de discutir ideias já vem sendo a tônica de nossa sociedade. Quem sabe não chegou a hora de subirmos o nível?
Nos fará perceber que as pessoas não são ilhas
Ninguém pode ser uma ilha sendo que pessoas não vivem sozinhas. Nossos limites individuais são porosos. As doenças infecciosas são um lembrete salutar de nossa interconexão. Isso pode nos ajudar a recuperar um senso de sociedade.
Está na hora de reeducarmos nossas atitudes e nos educarmos para a sensibilidade. Uma educação que nos mostre que existe outras pessoas além de nós, com as quais aprendemos a ser o que somos.
Pode tornar as epidemias futuras menos prováveis
Que atire a primeira pedra quem não achou que era um simples exagero da imprensa a epidemia do novo coronavírus. As lições aprendidas com a epidemia de coronavírus renderão dividendos no futuro.
No meio de tanta histeria espalhada pelos amantes das “soluções fácies para problemas complexos”, toda a noção de saúde pública foi reabilitada.
Mas de todo modo estamos aprendendo na marra que a prática da “zoeira sem limites”, na verdade tem sim limites. Pois quando começamos a perder a noção do que é de verdade sério ou apenas mais uma zoeira, é péssimo para a nossa sociedade.
No meio de todo este afastamento uma boa parte da sociedade irá reconhecer nossa própria vulnerabilidade e se tornar mais humildes e menos presunçosos.

Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.
Boa reflexão