Pergunte a 10 pessoas qual a primeira coisa que vem à cabeça quando pensa sobre Peru. Grande parte das respostas fará referência a Machu Picchu e às ruínas maias. Mas e para escalar? Algumas pessoas irão responder rapidamente Cordillera Blanca e Huascarán.
Entretanto, poucas pessoas já ouviram falar sobre Pitumarca, uma pequena cidade a pouco mais de 100 km de Cusco.
O local, pouco difundido entre as comunidades de escalada da América do Sul, abriga um dos maiores paraísos de escalada em calcário do continente. Ainda engatinhando no desenvolvimento, o Parque de Escalada Ch’acco Huayllascca, próximo à cidade peruana de Pitumarca, é um dos muitos lugares existentes na América do Sul que vale uma visita.
Atualmente com pouco menos de 100 vias conquistadas, possui um potencial de desenvolvimento para, pelo menos, 5 vezes mais que isso. Grande parte das vias é de 20 metros.
Como chegar
A cidade de Pitumarca pertence à Região de Cusco no Peru e possui aproximadamente 7.000 habitantes. A cidade fica distante de 104 km de Cusco, cidade a qual é ponto de partida para visitar Maccu Pichu.
Portanto a cidade é bem pequena e não há um aeroporto para quem deseja o máximo de conforto. Lá, aliás, é um bom teste para quem quer provar que é sem frescuras.
- Carro
Muitas pessoas se perguntam se é possível ir a Pitumarca de carro desde o Brasil. A resposta é sim! Possível é. Mas quem planejar fazer a viagem deve estar atento à documentação de carro exigida pelo governo peruano. Para chegar até lá se prepare para dirigir muito, pois as distâncias intimidam:
- São Paulo: 3.541 km
- Rio de Janeiro: 3.968 km
- Belo Horizonte: 3.845 km
- Curitiba: 3.534 km
- Brasília: 3.588 km
Para quem deseja viajar até lá por outro meio, mas ainda assim ter o máximo de conforto, deve optar por alugar um carro em Cusco e dirigir por uma estrada de boa conservação até Pitumarca.
- Avião
A melhor maneira para chegar a Cusco é de avião. Não há voos diretos entre o Brasil e Cusco, pois é necessário fazer uma conexão em Lima para chegar lá. Cusco está a apenas uma hora de voo da capital peruana e há boa disponibilidade de voos para a Cusco. As principais empresas de aviação que prestam o serviço são LAN, Taca, Peruvian e Star Peru.
O Aeroporto de Cusco é pequeno, não fica distante do centro da cidade e possui diversos quiosques de empresas turísticas. É possível encontrar alguma van que leva turistas mochileiros para a cidade.
- Ônibus
Ir até Cusco desde o Brasil usando ônibus é possível. Mas também pode levar muito tempo. O serviço é feito pela empresa “Expreso Internacional Ormeño“. O trajeto o ônibus é a rota Rio de Janeiro – Bogotá. A linha passa pelas cidades de São Paulo-SP, Campo Grande-MS, Cuiabá-MT, Porto Velho-RO e Rio Branco – AC. Antes de chegar em Cusco, passa pela cidade Puerto Maldonado. Ao todo, esta viagem demora quatro dias.
Caso já esteja em Cusco, ir para Pitumarca é mais fácil. Desde Cusco deve-se ir à rodoviária o à Av. Huayrurupata (onde existem três paradas) e tomar o ônibus com destino a Sicuani e descer em Checacupe. Lá deve dirigir-se à Plaza de Armas na cidade e tomar um coletivo até Pitumarca (linha funciona de 5:00 às 18:00).
Onde ficar
A cidade de Pitumarca é pequena, por isso não espere por hotéis ou pousadas chiques. Para quem está acostumado fazer vôos internacionais para pequenos aeroportos no exterior, escalar três dias e voltar para casa: esqueça este plano. Este paraíso da escalada não permite para que pessoas endinheiradas façam isso. O local demanda imersão social, cultural e dedicação exclusiva à escalada.
O local mais indicado a procurar informações para a escalada é o ginásio de escalada “7A Escuela de Escalada” em Cusco. Para quem opta ir até Pitumarca há a seguinte opção de hospedagem:
- Hospedaje y Restaurante Misk’i Puñuy: Av. Progreso – Tel (+51) 970 928 878
Além disso, na Plaza de Armas há diversos hostales (pousadas/pensôes) e uma possibilidade de camping no “salón comunal”.
Escalada em Pitumarca
Para escalar em Pitumarca, o local é conhecido como Parque de Escalada Ch’acco Huayllascca, é necessário se registrar e pagar uma taxa de aproximadamente PEN$ 2,00 por dia (aproximadamente R$ 2,30). para registrar-se é necessário contatar dois escaladores locais. O número e endereço dos escaladores estão disponibilizados no guia de escaladas.
Atualmente com pouco menos de 100 vias conquistadas, possui um potencial de desenvolvimento para pelo menos 5 vezes mais que isso. Grande parte das vias é de 20 metros. De acordo com europeus que visitaram o lugar, Pitumarca é a Céüse da América Latina. O local francês já foi considerado dos melhores do mundo e, atualmente, possui aproximadamente 500 vias de escalada. Segundo informações da escaladora Charlotte Durif, que recentemente esteve conquistando vias em Pitumarca, o local peruano possui potencial para superar este número facilmente. Durif, que está realizando um projeto pessoal de viajar por vários lugares do mundo, ao constatar o potencial do lugar desmarcou algumas viagens e ficou um total de 5 semanas em Pitumarca.
A característica do lugar agrada bastante quem visita lugares consagrados de escalada em calcário na Europa: inclinação negativa de 45° e muitas, mas muitas, chorreras (também conhecidas como concreções ou tufas). Além disso há um outro fator que merece observação, que é a altitude. O local fica a aproximadamente 3.500 acima do nível do mar.
O motivo de existir tão poucas vias no lugar é a de que recentemente foi liberado para escalada. Após uma negociação de Coco e Diana (proprietários do 7a escuela de escalada) que foi finalizada em 2015.
Para conhecer o potencial de escalada em Pitumarca: https://7aescueladescalada.files.wordpress.com

Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.