Um alpinista japonês de 80 anos, que passou por quatro cirurgias cardíacas, está se dirigindo para o Monte Everest para tentar a terceira subida do pico mais alto do mundo e se tornar a pessoa mais velha a chegar ao topo se ele conseguir.
Yuichiro Miura subiu ao cume de 8,85 mil metros da montanha em 2003 e 2008.
Ele desceu de esqui o Everest de uma altitude de 8 mil metros em 1970.
Miura e uma equipe de nove pessoas vão subir a rota sudeste padrão, iniciada por Sir Edmund Hillary e Tenzing Norgay quando eles se tornaram as primeiras pessoas a chegar ao cume em maio de 1953.
“O recorde não é tão importante para mim”, disse Miura em Katmandu, capital do Nepal, antes de sair para a montanha.
“É importante chegar ao topo.”
O recorde da pessoa mais velha a subir a montanha é de Min Bahadur Sherchan, do Nepal, que atingiu o cume quando tinha 76 anos, em 2008.
Um médico especializado em doenças do coração está na equipe para ficar de olho na saúde de Miura.
O grupo espera atingir o cume em maio.
Miura já esquiou as montanhas mais altas de cada um dos continentes, e está simplesmente seguindo a tradição familiar.
Seu falecido pai, Keizo Miura, desceu de esqui o Mont Blanc, na Europa, aos 99 anos.
“Se você deseja fortemente, tem coragem e resistência, então você pode chegar ao topo do seu sonho”, disse Miura.
Ele já tem um novo sonho: quer esquiar a Cho Oyu, sexta montanha mais alta do mundo, com 8,2 mil metros, também no Himalaia.
“Talvez, quando eu tiver 85 anos, e se eu estiver vivo, eu quero escalar e esquiar a Cho Oyu”, contou Miura.
“É o meu próximo sonho.”
Cerca de 4 mil alpinistas já atingiram o topo do Everest e cerca de 240 pessoas morreram em suas encostas.

Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.