Nirmal Purja enfrenta mais problemas por causa da bandeira gigante no Ama Dablam

Como noticiado aqui na Revista Blog de Escalada, vários atos de Nirmal Purja vem causando controversa no montanhismo. Dentre elas, se destacam a “everstização” do K2 (8.611 m) e promover excursões superlotadas a picos antes vazios. O mais recente é o ato de Purja de ajudar uma equipe do Kuwait a desdobrar uma bandeira gigante do cume de Ama Dablam (6.812 m).

Se a atenção era chamar a atenção de todos para si, então certamente conseguiu. Mas é improvável que a turbulência da mídia que seu ato “deselegante” terminará positivamente para Nirmal Purja. O nepalês mostrou ao mundo que é bom montanhista, mas também está mostrando que a ética das montanhas não faz parte de suas crenças.

Reações da mídia

As primeiras reações ao ato foram principalmente focadas em saber se a bandeira gigante era muito nacionalista, de mau gosto ou indicando falta de respeito à montanha. Alguns fornecedores locais apontaram um argumento mais simples contra a ideia: Nirmal Purja não tinha uma permissão adequada para esse ato.

Esta possibilidade de ilegalidade chamou a atenção do Departamento de Turismo do Nepal e pode levar a problemas para Nirmal Purja. Segundo o jornal nepalês MyRepublica, Purja teria recebido uma quantia significativa de dinheiro dos kuwaitianos para filmar a escalada e exibir a bandeira.

Entretanto, ele não pagou nenhuma taxa ou enviou dinheiro às autoridades do Nepal.

Quanto Nirmal recebeu?

“A empresa de expedição de escalada de Nirmal Purja, Elite Himalayan Adventures, alegou que recebeu US$ 8.890 (R$ 37.548) da expedição no Kuwait para filmar a expedição e para colocar a bandeira do topo da montanha”, informou o jornal. “Mas Purja não pagou o dinheiro ao governo, nem pediu permissão ao Departamento de Turismo, a autoridade responsável por regular essas atividades.” completou o periódico.

A denúncia feita pelo jornal levou o Departamento de Turismo do Nepal a investigar o caso. “Purja finalmente admitiu que a permissão obrigatória não foi solicitada”, relatou o MyRepublica. Embora nenhuma punição tenha sido anunciada ainda, Purja poderia potencialmente ser proibido de escalar no Nepal.

Enquanto isso, a equipe do Kuwait esperava levar a bandeira em questão de volta para casa e exibi-la publicamente no dia nacional do país. Mas não aconteceu como planejaram. Em vez disso, as autoridades de turismo do Nepal a apreenderam temporariamente. Segundo informações disponibilizadas pelos envolvidos, a expedição custou ao Kuwait um total de US$ 224.468,67 (R$ 948,066), os quais foram pagos à empresa de Purja.

Ao contrário do que aconteceu à época da denúncia da mídia, que fortemente condenou o nepalês, Purja não divulgou sua opinião sobre o assunto.

There is one comment

  1. Jonathan Zanin

    Pelo que me parece, a polêmica toda esta no entorno de ter ou não pago a autorização para o ato, se houvesse feito não teria desrespeito e tudo estaria certo, não pagou aí todos poderão ter problemas por possível futura interdição?
    Esse mundo tá ficando ridículo. Aqueles que possuem dinheiro compram oq querem e os que os fazem por esporte(patrocinados ou nao) são punidos por não pagar as impostas taxas. Oq deveria ser proibido são essas empresas de babás de preguiçosos que nada mais sao do que muletas de ricos que passaram a existir para os arrastarem montanha acima.
    Deveria ser cobrado taxa de admissão de subida e cada um por si, a montanha e a experiência decide quem vence como sempre fora. Montanhismo daqui a pouco irá se tornar oq o futebol, as lutas, e quase todos os esportes se tornaram – tudo pelo dinheiro – nada mais pelo esporte.

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