Crítica do filme “Into the Mind”

450420594_640[1]Com a popularização de filmes que documentam esportes de aventura algumas marcas destinaram grande parte de seu orçamento anual para a realização de produções.

Entretanto ainda continuam confundindo anúncio comprido com filme outdoor.

Por este motivo estas marcas gastam verdadeiras fortunas em produções que na verdade são meras peças publicitárias sem qualquer tipo de história ou mensagem.

Obviamente que com orçamento pomposos proporciona aquisição de câmeras de alta resolução, inovação de ângulos ousados, trilha sonora de qualidade e outros fatores que fazem parte de um filme.

into-the-mind-official-trailer-0[1]Entretanto estas mesmas empresas acabam por economizar no orçamento no momento de elaborar um roteiro, e construir uma história.

Parecem desconhecer, ou ignorar, que as coisas mais importantes da vida não são coisas.

A produção “Into the Mind” , que estava cercada de muita expectativa (“bombada” com muito marketing em redes sociais) pela comunidade de praticantes de esportes de montanha.

Diversos teasers e trailers foram lançados pontualmente pela produtora Sherpas Cinema.

O filme documenta as performances de diversos atletas de ski, snowboard e outros esportes de neve, pontuadas com imagens intimistas do Nepal.

Embora pareça muito resumida a sinopse do filme, mas é somente isso que é mostrado em pouco mais de 1:20h de filme.

Into-The-Mind-Teaser10[1]Poucas palavras são pronunciadas (mas vários “uhu!!”), e somente imagens de atletas em ação é o foco do filme.

Se fosse para resumir que tipo de filme seria “Into the Mind” a palavra ideal seria “videoclip”.

Com imagens bonitas em FullHD (com definição impecável, é verdade), música “bombando”, técnicas de edição de encher os olhos, mas nada além disso.

intothemind1[1]Logo de início é perceptível que a produção é contemplativa, e não faz diferença ao expectador estar vendo com ou sem som.

Não há nenhuma história a contar, e a superficialidade de roteiro colabora para que o espectador se distraia com facilidade.

“Into the Mind” parece um filme feito para ser reproduzido em lojas de equipamentos eletrônicos para impressionar o comprador de televisão de tela grande e nada além disso.

Um videoclipe de 1:20, que poderia ser resumido em 10 minutos no máximo.

Assim como outras produções em que o trailer era melhor que o filme em si (e exemplos para isso não faltam) o filme de grande promessa acaba por tornar-se grande decepção.Screen-Shot-2012-11-27-at-9.38.37-AM[1]

Pela superficialidade de roteiro e história, masturbação de imagens de efeito (mas tudo em Full HD) torna até mesmo o preço cobrado para a aquisição do filme salgado ao consumidor.

Para o patrocinador pode até parecer interessante ter uma peça publicitária vazia sendo reproduzida infinitamente em televisões em suas lojas no mundo inteiro, mas para o público a sensação é de ter visto um comercial bem longo.

Sherpas Cinema assim se aproxima de uma fama semelhante ao produtor de filmes hollywoodiano Michel Bay (notório por suas cenas de câmera lenta e nulidade de qualidade cinematográfica) testando a capacidade do público de não saber diferenciar “videoclip” publicitário de um filme de montanha.

Nota do Blog de Escalada:

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