A condensação da barraca é um dos maiores males da vida de quase todos os campistas. A condensação pode, literalmente, gerar chuva dentro da barraca e, se a temperatura estiver abaixo de zero, até formar gelo.
Durante climas com frio mais intenso a condensação pode formar neve na parte externa e, em alguns casos, danificando uma barraca de baixa qualidade (especialmente as de duas estações). Por isso é muito importante saber escolher a barraca e reparar no detalhe do revestimento interno e da capa externa da barraca não se tocarem.
Embora a condensação possa ocorrer, mesmo nas melhores barracas, e possa parecer inevitável, existem maneiras de mitigar o problema e, talvez, eliminá-lo totalmente. Por ser um fenômeno natural, a condensação não pode ser evitada, mas o desconforto de começar a “chover” dentro da barraca pode ser contornada e mitigado.
Como parar a condensação na barraca?
O segredo mais lógico é apostar na ventilação da barraca, pois a principal causa de condensação dentro de uma barraca é o calor e a umidade produzidos pelos ocupantes da barraca. Um único indivíduo pode produzir até um litro de vapor de água por noite, então uma barraca pode se tornar mais úmida do que o normal, a menos que esse vapor escape.
A melhor aposta é usar todos os recursos de ventilação da barraca. Isso significa abaixar os zíperes em qualquer janela forrada de malha, abrir as aberturas, deixar as portas (pelo menos parcialmente) abertas e garantir que nenhuma das aberturas ou portas sejam obstruídas pelos equipamentos.
A escolha da barraca também é fundamental para mitigar a condensação, pois modelos de barracas para 3 estações se adequa muito bem para um clima tropical como o Brasil. Já uma barraca de 4 estações se adequa melhor para um tempo frio, além de suportar ventos fortes e constantes.
Uma outra estratégia bem eficiente, é usar os avanços da barraca para armazenamento, porque uma das principais causas da condensação dentro de uma barraca é a presença de umidade contida em outros elementos que não os próprios campistas.
As fontes mais comuns são as botas e tênis de caminhada molhados, roupas úmidas, mochilas e até utensílios de cozinha. Para manter a área de dormir de sua barraca o mais seca possível, procura armazenar todos esses itens no avanço à noite ou, alternativamente, envolvê-los em uma lona ou saco plástico.
A logística na preparação da barraca também influencia, como reparar para que direção está o vento. Além de abrir as aberturas e portas, a melhor forma de otimizar o fluxo de ar é certificando-se de que a barraca esteja posicionada de forma a aproveitar ao máximo a brisa. Portanto, escolher um local de lançamento exposto, não protegido, e direcionar a porta na direção do vento, deve ajudar a fazer circular o ar dentro da barraca.
Proximidade a lagos, rios, lagoas, riachos e pântanos podem aumentar a umidade, portanto deve-se montar a barraca a algumas centenas de metros deles para manter a possibilidade de condensação ao mínimo.
Às vezes, parece que não há como impedir a formação de condensação na barraca, porque quando há uma grande discrepância entre a temperatura ambiente (temperaturas fora da sua barraca) e a temperatura dentro da sua barraca. Assim, quando o ar quente e úmido dentro da sua barraca entra em contato com o tecido frio da barraca, a umidade contida no ar condensa e se transforma em líquido, e quanto mais frio o tecido da barraca, mais líquido se formará.
Para acampamento em clima frio, a limitação de danos costuma ser mais realista do que evitá-la. Para isso, a melhor solução é uma toalha para limpar as paredes da barraca sempre que perceber que estão um pouco úmidas. É de vital importância que ao armar a barraca o sobre teto fique bem esticado, assim ser evitará que uma eventual condensação pingue dentro da barraca.

Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.