No dia de ontem fiz o que considero sem sombra de dúvida o trekking mais bonito que fiz nos últimos tempos.
Recomendo fortemente a quem gosta de vislumbrar a natureza imponente de montanhas, águas cristalinas e potáveis e um cenário que faz lembrar, e muito, filmes como Senhor dos Anéis e Avatar, porém sem ter efeito especial nenhum, recomendo ir a El Bolson e fazer o trekking do Cajon Del Azul. Para quem tem uma resistência muito grande, e mais tempo (e principalmente não ter fissura de escalar a cada dia) estique para o Hielo Azul que é de onde nasce o Rio Azul.
O trekking Cajón del Azul é possui 18 km no total que nos leva ao cânion do Rio Azul e a poções da água cristalina. As águas do Rio Azul são extremamente claras porque são do degelo de um glaciar. Não é apenas o final do passeio que vale a pena conhecer, mas toda a estrada para chegar ao famoso rio. A dificuldade do percurso é média e leva um tempo entre 3 e 5 horas até chegar ao Cajón, um canyon com 1 metro de largura e 40 metros de profundidade.
A Chacra de Wharton, localizada a 17 km do raio do centro de El Bolsón e a caminho de Mallin Drowned, é o ponto de partida e referência para realizar várias excursões, como o Cajón del Azul.
Fiquei muito empolgado e com isso acabei gravando dois pequenos vídeos para amigos e conhecidos, pois o local é maravilhoso e é, até o momento, o mais bonito que eu visitei na Patagônia até hoje.
Nos dias de escalada pude visitar outros setores de escalada de Lago Puelo, e rolaram algumas cadenas que esperávamos mais para o fim da viagem. Os locais de escalada de Lago Puelo são todos protegidos do sol, e escala-se sob a sombra de pinheiros e uma leve brisa vinda do lago.
Hoje já estamos deixando El Bolsón, e rumamos mais ao sul da Patagônia, para aproveitar locais cada vez mais sem fama entre os brasileiros, mas igualmente bonitos e interessantes para quem gosta de natureza, caminhadas e, claro, muita escalada.

Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.