[EXCLUSIVO] Entrevista com Mariana Frey

Foto: Acervo Pessoal Mariana Frey

Foto: Acervo Pessoal Mariana Frey

Embora pessoas com miopia cultural acredite que somente escaladores de uma fictícia elite tem a capacidade de representar o conjunto de praticantes de uma região ou estado, toda e qualquer pessoa representa uma parte do que existe do todo.

Cada indivíduo existente no mundo possui um comportamento típico e particular.

Entretanto dentre o conjunto de indivíduos, podemos citar vários exemplos de grande energia, animação e comportamento elétrico.

Foto: Acervo Pessoal Mariana Frey

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Fosse classificar a gaúcha Mariana Frey, seria fácil utilizar de uma frase clichê: Ligada em tomada de voltagem 220V.

Publicitária de formação, a gaúcha de  Venâncio Aires,em pouco mais de 3 anos conduz a  UP Aventuras (em parceria com  Théo Machado).

Sempre alegre, comunicativa e permanentemente desafiando os limites próprios Frey é uma destas pessoas que cruzam nossas vidas e não nos sai da memória.

Por toda esta eletricidade, otimismo e alegria que a Revista Blog de Escalada procurou Mariana Frey para uma entrevista.

Todos os adjetivos acima são justificados na entrevista abaixo.

Não deixe de ler.

Mariana, o numero de mulheres que escalam cresceu muito nos últimos anos. Na sua opinião qual seria o motivo desde crescimento?

Foto: Acervo Pessoal Mariana Frey

Foto: Acervo Pessoal Mariana Frey

As gurias estão abrilhantando o mundo da escalada, e a tendência, na minha opinião é só aumentar.

Acredito que muitas buscam a escalada, por conta da qualidade de vida, o estilo do esporte também remete para um mundo à parte. Viajar, conhecer novos lugares, fazer novas amizades.

O acesso às informações técnicas (croquis, cursos, equipamentos) também está mais fácil.

O incentivo dos guris também conta muito.

Eles que ajudam nas primeiras tentativas de escalada, dando dicas de segurança. A amizade e a adrenalina andam juntas.

Ser escaladora e residir no Rio Grande do Sul facilita ou dificulta a vida de quem pratica o esporte?

Nossa, nós somos privilegiadas aqui no Rio Grande do Sul. Natureza abundante, rochas com formações diversas, existem muitos lugares deslumbrantes e com vários níveis de graduações.

Aqui existem magníficos pólos de escalada, Caçapava do Sul, Santa Maria, Ivoti, Santa Cruz do Sul (setores praticamente no centro da cidade).

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Onde a gente não encontra só a escalada, mas muita hospitalidade da nossa gente, muitas delícias gastronômicas.

Os points mais retirados também possuem uma ótima infraestrutura.

No ano de 2013 não houve a organização de campeonatos de escalada. Na sua opinião, você acredita que as competições de escalada são viáveis?

Nunca participei de nenhuma competição, meu propósito no esporte é autoconhecimento, saber mais sobre meu corpo, mente e alma. Irei longe se começar a filosofar sobre escalada x vida. MarianaFrey4

A sensação de chegar ao final de uma via e se deparar com uma vista incrível, após ter superado muitas situações adversas, cheia de perrengues e até momentos de desistências, não tem palavra que consiga descrever.
Sobre as competições acredito que são viáveis.

Desde que haja a união dos escaladores, empresas apoiadoras/patrocinadoras entre outras entidades comprometidas para viabilizar com sucesso um evento de escalada.

 Junto com o crescimento de mulheres escalando, também aumentou a quantidade de mães escaladoras. Você acredita que está por vim uma grande geração de família de escaladores?

Envolver a família em um esporte saudavel sempre e uma forma bacana de curtir e aproveitar a vida.

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Foto: Acervo Pessoal Mariana Frey

Acho tri incentivar a gurizada a iniciar a escalada desde pequeninho.

Pelo menos saem da frente do computador, desenvolvem concentração, respiração, começam a valorizar e respeitar o meio ambiente e tudo que os cerca. Os benefícios são intangíveis.

Tenho um sobrinho de 1 ano, e, seguidamente brinco com ele de escalar o sofá, o berço ele já escalou.

Assim que ele tiver mais idade com certeza irei apresenta-lo ao esporte. (risos)

Quais são os melhores lugares de escalada que já visitou? Porque?

Caçapava do Sul. Porque existem centenas de vias de todos os graus para todos os gostos.

Para qualquer lugar que tu olhe é possível ver escalada.

Já brilha os olhinhos. (risos)

Foto: Acervo Pessoal Mariana Frey

Foto: Acervo Pessoal Mariana Frey

Itacolomi em Passo do Sobrado – vista com um pôr do sol inesquecível, no entanto, não há infra-estrutura de camping.

Parque da Santa Cruz em Santa Cruz do Sul (e possível ir a pé, de bike ou de carro até os setores que ficam dentro da cidade. O que possibilita os treinos semanalmente.

Vou-me de mochila, cuca, cuia e câmera (risos)

Muitos escaladores procuram patrocínio para se dedicar mais ao esporte. Na sua opinião porque as marcas brasileiras se esquivam de patrocinar atletas de escalada?

Pois a escalada não é um esporte “popular”.

Os veículos de comunicação e a mídia como um todo não divulgam, e isso não gera visibilidade para as marcas.

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Foto: Acervo Pessoal Mariana Frey

O esporte está em ascensão no Brasil.

As pessoas acreditam que as marcas importadas são melhores que as brasileiras. 

Acho que temos ótimos produtos e serviços brasileiros.

Creio que esse conceito está mudando.

Novos adeptos, acesso à informação de credibilidade.

O que podemos fazer pra melhorar isso, é mostrar sempre o lado POSITIVO do esporte.

 Você parece gostar muito de fotografia outdoor. Como nasceu este interesse?

O gosto pela FOTOGRAFIA nasceu com meu avô quando era um pingo de gente.

Ele adorava fotografar os acontecimentos da propriedade rural em que morávamos.

Lembro que eu acompanhava-o nas fotos dos peixes, nascimento dos terneiros, na colheita de frutas e, entre outros fatos.

Ou seja, o gosto pela fotografia ao ar livre foi me acompanhado ao longo dos anos.

Foto: Acervo Pessoal Mariana Frey

Foto: Acervo Pessoal Mariana Frey

Consegui vivenciar a era de transformação do analógico para o digital durante minha formação acadêmica em publicidade e propaganda.

Ainda peguei a época que revelava os filmes no escuro, no papel, feito de forma manual.

Trabalhei em um laboratório de fotos, e, posteriormente, em uma editora onde catalogava e zelava por um banco de imagens. Nos últimos 3 anos me dedico a fotografar os turistas de aventura.

E, neste ano estou me dedicando, quase que exclusivamente e me projetando para atender o mercado de fotografia outdoor.

Para quem deseja começar a praticar um esporte de natureza, qual seria o seu conselho?

Procurar pessoas, associações e empresas que sejam altamente qualificadas e possuam experiência para tal, no caso da escalada, indispensável um curso básico.

Foto: Acervo Pessoal Mariana Frey

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