Participar de uma olimpíada é um sonho que somente atletas de alto desempenho conseguem realizar. Nos quatro anos que antecedem os Jogos Olímpicos, há muitos sonhos, especulação e até mesmo atletas usando de retórica para alimentar esperança de público e patrocinadores. Sobreviver a um câncer é uma tarefa exaustiva e que existe muito mais que sorte. Este é o caso da escaladora esportiva Shivani Charak. Quando tinha apenas 10 anos de idade foi diagnosticada com câncer no ovário.
Este tipo de câncer pode ocorrer em qualquer faixa etária, mas acomete principalmente mulheres acima de 50 anos. A quimioterapia é utilizada para diminuir o crescimento do tumor ou destruí-lo. A jovem enfrentou tudo isso e, para surpresa de muitos, atualmente com 17 anos de idade Shivani Charak é destaque na escalada de seu país.
Charak passou por três anos de tratamento e recuperação, perdendo todo o cabelo ao longo da jornada de recuperação. As pessoas mais próximas a Shivani nunca permitiram que ela parasse de acreditar em um futuro melhor.
No ano de 2018, apenas três anos depois de começar a escalar competitivamente, a jovem de 16 anos ganhou três medalhas de ouro, duas de prata e uma de bronze em nove competições na Índia. A ascensão ao topo do ranking de seu país foi selada quando ela sagrou-se 9º colocada no Campeonato Asiático da Juventude 2018 antes e 11ª colocada em boulder na Copa de Escalada da Ásia realizada em Bangkok, na Tailândia. Esta série de resultados a deixou próxima do que antes parecia impossível: ir às olimpíadas.
A primeira chance de Shivani Charak de conseguir uma vaga será no segundo evento olímpico de qualificação da IFSC, em Toulouse, na França, no final de novembro. Mas é mais provável que a adolescente acabe conseguindo a vaga, por conta da regra de cotas por país, no Campeonato Continental Asiático de 2020, que será realizado em Morioka, no Japão.
A conta que a indiana faz é simples: as coreanas e japonesas tendem a se classificarem na Copa do Mundo. Pelo sistema de cotas Shivani Charak, que sempre frequenta as semifinais da copa do mundo, seria agraciada com uma vaga.
Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.