Nova Soberania? EUA dominam etapa da Copa do Mundo de Escalada

Os EUA mostraram uma impressionante evolução de atletas na última etapa da Copa do Mundo de escalada realizada no último final de semana na Áustria. Treinados e orientados por Josh Larson, os atleta norte-americanos em pouco mais de 2 anos saíram de coadjuvantes para protagonistas e estrelas do espetáculo.

Os atletas Colin Duffy (que venceu tanto no bouldering quanto nas vias guiadas) e Natalia Grossman (bouldering) foram soberanos e esbanjaram força, técnica e, sobretudo, capacidade de leitura e improvisação em todas as linhas de bouldering ou vias de escalada. Mérito de todos os atletas mas que passa pelo treinamento e orientação de Josh Larson.

Foto: Jan Virt/IFSC

Com participação maciça de sul-americanos, foi possível ver como o nível da escalada ainda está muito aquém dos europeus e que há ainda diferenças acentuadas de rendimentos entre cada um dos países. Como consequência da filosofia equivocada de route setting implementada no Brasil desde que o esporte tornou-se olímpico, os atletas brasileiros conseguiram as seguintes colocações:

  • Felipe Ho Foganholo
    • 107º (de um total de 134) no bouldering
    • 73º (de um total de 119) nas vias guiadas
  • Rodrigo Iasi Habada
    • 115º (de um total de 134) no bouldering
    • 107º (de um total de 119) nas vias guiadas
  • Mateus Rodrigues Bellotto
    • 129º (de um total de 134) no bouldering
    • 99º (de um total de 119) nas vias guiadas
  • Bianca Magalhães Castro
    • 67ª (de um total de 91) nas vias guiadas

Por estarem ainda muito longe de classificarem para uma semifinal, é pouco provável que seja fácil um prognóstico de vagas para a olimpíadas. Isso porque o regulamento da IFSC prevê apenas uma vaga para o continente americano inteiro.

Natalia Grossman conquistou quinta etapa consecutiva no bouldering

Natalia Grossman encerrou um ano de forma perfeita na Copa do Mundo de Bouldering de 2022. Apesar de ter conquistado o título há algumas semanas em Brixen, na Itália, a escaladora norte-americana teve mais uma performance irretocável no último evento na Áustria.

A jovem conquistou sua quinta vitória em seis competições, sendo que ela ficou em segundo lugar no primeiro evento do ano (o único em que a campeã olímpica Janja Garnbret participou e venceu). Grossman com a soberania ameaçada, e o nascimento de uma rivalidade que irá fazer o esporte crescer mais, as disputadas de bouldering para 2023 prometem.

Em Innsbruck, Grossman voltou a vencer, resolvendo todas as linhas de boulder que encontrou ao longo da competição: os cinco na eliminatória, os quatro nas semifinais e os quatro na final. Nenhuma outra escaladora conseguiu fazer o mesmo.

A atleta que mais exigiu de Grossman foi Hannah Meul, que também conquistou quatro tops na final, e apenas mais algumas tentativas a rebaixaram para a segunda posição. Miho Nonaka as acompanhou no pódio, com apenas dois tops.

Colin Duffy supera japoneses no bouldering

O jovem norte-americano Colin Duffy conquistou a primeira vitória de sua breve carreira no circuito internacional, acompanhado no pódio pelo coreano Dohyun Lee e pelo japonês Yoshiyuki Ogata, que defendeu o título conquistado no ano passado. Mas o título não foi de graça.

A final foi, mais uma vez, muito disputada na qual todos os finalistas fizeram top na primeira linha e nenhum conseguiu desvendar a segunda. A terceira linha fez o afunilamento com Colin Duffy, Dohyun Lee e Yoshiyuki Ogata fazendo top levando a disputa para a última linha. Na reta final, Colin Duffy se destacou contra seus dois rivais e assumiu o controle da liderança.

Janja Garnbret: Quem é rainha nunca perde a majestade

Nas vias guiadas feminina, a novidade foi o retorno de Janja Garnbret às competições internacionais. A eslovena decidiu não participar do circuito mundial de bouldering depois de vencer a primeira prova do ano em Meiringen (Suíça). A decisão abriu a porta que permitiu que Natalia Grossman seguisse soberana.

Porém, nas vias guiadas, Garnbret é a atual campeã do Mundial, título que já conquistou quatro vezes. Em Innsbruck, a eslovena foi a melhor em todas as rodadas, tanto nas eliminatórias quanto nas semifinais e na final. A coreana Chaehyun Seo, que foi campeã da Copa do Mundo em 2019 e desde então não acompanha o circuito com regularidade, também fez a prova como retorno.

Embora a final feminina tenha sido muito disputada, tanto a coreana, quanto a norte-americana Brooke Raboutou e a italiana Laura Rogora atingiram exatamente a mesma altura e tiveram que desempatar no tempo. Por apenas onze segundos Chaehyun Seo ficou com o segundo lugar e cinco segundos extras afastaram Laura Rogora do bronze.

A dobradinha de Colin Duffy

O norte-americano Colin Duffy foi o participante mais jovem das Olimpíadas de Tóquio e talvez tivesse ganhado uma medalha, se não tivesse feito uma largada ruim na prova de velocidade que o colocou contra Alberto Ginés. Especialista em bouldering e vias guiadas, Duffy pretende ser um dos principais favoritos em Paris 2024, quando terá apenas 20 anos.

Atualmente com 18 anos Colin começou a mostrar suas capacidades com uma surpreendente vitória no bouldering. Sua vitória foi também histórica: nenhum escalador havia feito antes no mesmo local.

Os veteranos Alex Megos e Jakob Schubert dominaram as eliminatórias. As semifinais se destacou o norte-americano Jesse Grupper e o japonês Ao Yurikusa. Na final, Colin Duffy subiu mais alto do que qualquer outro, enquanto Yurikusa e Grupper dividiram os outros dois lugares do pódio depois de desempate por tempo.

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