Dentro da escalada há muitos mitos a respeito da escalada guiada ou em top-rope.
Primeiramente é necessário estabelecer que o mais importante é estar escalando, não importante a maneira ou o estilo escolhido.
Como já foi dito diversas vezes , e por diversas pessoas: vergonha é não escalar, e não o estilo escolhido para praticar o esporte.
Tido como o diferencial entre um praticante eventual e um mais experiente é a capacidade de guiar uma via de escalada (o que não é necessariamente uma verdade absoluta, diga-se).
A prática exige que o escalador tenha concentração em si mesmo e na movimentação, respiração, metas, objetivos, estratégias e, principalmente em não escutar o “colocador de culpas” interno que todos possuímos.
Durante uma escalada guiada é fundamental que, entre outras coisas, estar olhando para o local onde deve-se ir, mesmo que o medo ou pânico esteja controlando o raciocínio.
Abaixo há 4 procedimentos básicos que são fundamentais para que um escalador execute melhor suas vias quando guiar:
Foco
Ao começar a escalar procure ficar focado em sua técnica e movimentação.
Foque especificamente em:
- Que tipo de movimentação de pernas pode usar
- Se há necessidade de usar mais tensão corporal
- Se poderia confiar na força dos braços
- Se é o momento de descansar mesmo estando inteiro e confiante
Tudo isso deve fazer parte de nossa concentração.
Não esquecendo que estes fatores devem ser controlados harmonicamente exatamente como fazemos com nossas tarefas de nossas vidas.
Mensurar os esforços e os tipos de movimentos para sairmos do ponto “A” e chegar ao “B”, sempre dentro da realidade e se concentrar no momento presente é o principal segredo.
Dividindo as escaladas em pequenos trechos faz com que o medo seja minimizado, além de aumentar exponencialmente a concentração.
Volume
Procure repetir várias vezes vias de graduação abaixo de seu limite. Chama-se a esta estratégia de construir uma base sólida e adquirir repertórios de movimentos.
Mesmo conseguindo escalar um grau relativamente elevado (para o seu limite) sempre procure ir repetindo vias que “sofreu” para encadenar.
Até mesmo em um local de escalada que já tenha feito todas as vias de lá, repetia as que mais te traga boas lembranças, pois mostrará a você que um desafio intransponível de outrora, pode ser o seu aquecimento de hoje.
Encadenamento
Pode parecer uma regra cruel mas considere uma via realmente encadenada somente após a sua terceira cadena nela.
Pode parecer supersticioso, mas após esta matemática empírica dará confiança a você de esquecer os medos de algumas “vacas” que tinha tido em algumas cadenas suadas.
Mesmo que saiba os movimentos de memória, procure também realizar outras alternativas de movimentação. Uma boa tática é costurar com a mão trocada de quando encadenou a via pela última vez.
Prazer
O mandamento número um do escalador é divertir-se.
Não adote a filosofia de “escalar melhor que os outros”, e sim procure escalar melhor do que você mesmo.
Isso fará você se divertir primeiro e escalar deve ser sempre um prazer não uma tortura.
Primeiramente não fique preocupado em TER de encadenar, pense somente em ESCALAR, e se concentre nisso.
Conseguir encadenar uma via é a consequência de se concentrar em escalar, e não necessariamente na sua qualidade como escalador ou não.
Não conseguir encadenar uma via faz parte do esporte, não se pode ganhar sempre, nem perder todas.
Estar em um local de escalada é fundamental que esteja feliz por estar ali escalando, pois a cadena vem da pureza de nossas mentes, aliado a uma salubridade mental e somente chega-se neste estágio se estamos felizes consigo mesmo.
Podemos estar em forma física excelente, mas o corpo só existe com a alma, e vice versa.

Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.
Muito bom tô começando a escala agara tô com 50 anos tô né divertido muito valeu pela matéria abraço