O treinamento mental é simples.
Nós precisamos manter a atenção no momento focado na tarefa. A escalada também é simples.
Nós começamos no chão e escalamos para o topo. Nós tomamos decisões ao longo do caminho sobre instalar proteções, consequências de quedas e planos de escalada.
O treinamento mental e a escalada se tornam complicados quando envolvemos muito pensamento.
Qualquer risco consiste em três fases: preparação, transição e ação. Cada fase é importante e requer maneiras únicas de se usar a atenção.
Nós nos preparamos quando paramos e pensamos. Nós realizamos a transição quando nós tomamos uma decisão.
Nós tomamos ação quando nos movemos e escalamos. Visualmente é muito fácil ver estas fases na escalada. O pensamento e a preparação ocorrem quando paramos.
A escalada e a ação ocorrem quando nos movemos entre pontos de parada.
A tomada de decisão ocorre entre a parada e o movimento; entre o pensamento e Nós focamos nossa atenção na mente quando paramos. Nós pensamos para coletar informação.
O que é único nesta fase é que podemos descansar em pontos e parada, então é mais fácil focar nossa atenção na mente para pensar efetivamente. Depois nós focamos nossa atenção no processo de tomada de decisão.
O que é único nesta fase é que não estamos mais coletando informação; estamos medindo essa informação com nossas experiências passadas e tomando uma decisão. Finalmente, focamos nossa atenção no corpo para escalar.
O que é único nesta fase é que estamos movendo nossos corpos através do estresse ao focar nossa atenção em atividades somáticas tais como respirar e mover-nos.
A simplicidade vem de entender que devemos estar em apenas uma fase de cada vez. Através desta base nós simplesmente identificamos em qual fase precisamos estar e depois focamos nossa atenção nessa fase.
A mente distrairá nossa atenção para longe desta base, focando nossa atenção em pensar e escalar ao mesmo tempo.
Nós começamos a pensar em excesso e criar complexidade. Isto se manifesta em forma de hesitação. Os escaladores se agarram com ambas as mãos, sem balançar os braços para descansar e não se movendo.
Eles estão presos entre o descanso e a escalada. Parte de sua atenção está na mente pensando, se perguntando se eles deveriam continuar, e parte de sua atenção está no corpo engajado na escalada.
A atenção, para ser efetiva, deve estar empenhada em uma ou em outra, ou parando para pensar e descansar, ou se movendo para escalar. Se nós estamos hesitando, então precisamos nos comprometer a parar de pensar ou nos mover para entrar em ação. Devemos escolher e depois nos comprometer com essa escolha.
Esta é uma das principais áreas em que o material do Warrior’s Way é diferente de qualquer outro método de treinamento mental.
Nós não abordamos a saúde mental de uma forma cognitiva e intelectual. Isso ocasiona o pensamento em excesso e torna o treinamento mental complicado.
Nós sabemos que a essência de estar saudavel mentalmente é manter a atenção no momento focado na tarefa. Portanto, ao simplesmente saber de quais tarefas consistem cada fase, nós simplesmente ajudamos os alunos a manter a atenção nessas tarefas.
Nós não nos prolongamos em saber porque a atenção é distraída; nós simplesmente a redirecionamos para a tarefa. Isso é simples, mas não é fácil.
Leva muita prática.
Portanto, seja paciente; esteja atento.
Atenção: O livro “The Rock Warrior Way – Mental Training for Climbing” estará à venda em língua portuguesa no Brasil a partir de Abril.
Tradução do original em inglês: Gabriel Veloso
Arno Ilgner distinguiu-se como um escalador pioneiro nos anos 1970 e 80, quando as principais ascenções foram as primeiras fortes e perigosas. Essas façanhas pessoais são a base para Ilgner desenvolver o programa de treinamento físico e mental – Rock Warrior Way ®. Em 1995, após uma pesquisa aprofundada da literatura e prática de treinamento mental e as grandes tradições guerreiras, Ilgner formalizado seus métodos, fundou o Instituto Desiderata, e começou a ensinar seu programa de tempo integral. Desde então, ele tem ajudado centenas de estudantes aguçar a sua consciência, o foco de atenção, e entender seus desafios de atletismo (e de vida) dentro de uma filosofia coerente, baseada em aprendizado de tomada de risco inteligente. Ilgner considera a alegria e satisfação no esforço – a “viagem” – intimamente ligada à realização bem sucedida das metas.