A definição da um clássico é difícil. Especialmente quando este adjetivo, quando aplicado em vias de escalada, pode significar várias coisas como, por exemplo, estilo e importância. Muitas pessoas utilizam o termo para alguma linha que é “obrigatório” as pessoas fazerem. Fazendo um paralelo, que pudesse explicar o que seria um clássico em escalada, é o mesmo que ir a uma cidade e ter a “obrigação” de visitar certo ponto turístico.
Usar a expressão de que uma via de escalada “é um clássico”, é importante saber um dos sentidos do adjetivo: “que, ou o que, é considerado como modelo do gênero“. A origem da palavra vem do termo latim classĭcus: “que pertence à primeira classe, que é de primeira ordem, de elite“. Ou seja, ninguém tem a obrigação de escalar uma determinada via, mas ao fazer em um clássico experimenta-se a real definição de estio e experiência sensorial.
Em linguagem menos formal, dizer que uma via de escalada significa que ela se destaca dentre as demais por algum detalhe. A graduação, ou mesmo a localização, não são fatores que influenciam na sua importância, mas sim toda experiência vivida. Ao procurar uma via com determinado estilo, busca-se uma certa sensação vivida quando experimenta o estilo de uma via.
Pensando em reunir as principais vias de escalada do Brasil, os escaladores Flávio Daflon e sua esposa Cintia Daflon selecionaram, em suas opiniões, quais seriam as linhas, dentre 25 a 1.120 metros de extensão. Desta maneira nasceu o livro “50 Vias clássicas no Brasil”.
Na seleção realizada pelos autores, foram observadas o estilo e qual seria a via que mais o representaria. Desta maneira está documentado na obra vias com as melhores encarnações de agarras, fissuras, chaminés, artificial e negativas. Nesta lista foram escolhidas exemplos desde o segundo ao sétimo grau de dificuldade.
Cientes da extensão do país, os autores se preocuparam em selecionar vias em locais desde Rio Grande do Sul ao Ceará. Assim o livro “50 Vias clássicas no Brasil” nem de longe é regionalista. Analisando a quantidade de localidades diferentes, a obra é das mais abrangentes, em termos de escalada, já publicada no país.
Com 320 páginas amplamente ilustrado com fotos em alta resolução, o livro é também uma homenagem à prática ao esporte no país, do que somente mais uma publicação técnica sobre o assunto.
Apesar dos autores não deixarem explícito, é evidente que, no caso de alguma via de escalada ter sido preterida, não necessariamente significa que ela é de qualidade ruim. Foram apenas as 50 vias de escalada que, na opinião dos autores, é que personalizam o estilo brasileiro de escalada e exemplos perfeitos de estilos a procurar.
Ficha Técnica
- Título: 50 Vias clássicas no Brasil
- Autor: Flavio Daflon e Cintia Daflon
- Edição: 1ª
- Ano: 2017
- Número de páginas: 320
- Editora: Editora Companhia da Escalada
Uns dos melhores livros de escalada já escrito no Brasil. Se não for o melhor.