Esgotamento de atletas em temporada congestionada

Um estudo sobre o que faz os atletas diminuírem a paixão pelo esporte sugeriu que tendências perfeccionistas e fixação em erros desempenham um papel significativo. Os atletas participaram de testes quanto aos níveis de estresse, perfeccionismo e burnout.

A saber, definiram como tendo uma sensação reduzida de realização, exaustão prolongada e falta de entusiasmo pelo esporte. Enfim, confira o esgotamento de atletas em temporada congestionada.

Esgotamento de atletas em temporada congestionada

Foto: Alora Griffiths / Unsplash

Foto: Alora Griffiths / Unsplash

Em suma, em pesquisa publicada no Journal of Clinical Sport Psychology, a análise contou com mais de 250 atletas numa variedade esportiva individual e coletiva. Em média, atletas com 21 anos e experiencia acima de 8 anos no esporte, seja ao nível universitário ou internacional.

“Existem muitos estudos que mostraram que se um indivíduo busca a perfeição, seja no trabalho, esporte ou escola, isso pode levar ao esgotamento”, disse Luke Olsson, primeiro autor do estudo e professor de psicologia do esporte da Escola de Ciências do Esporte, Reabilitação e Exercício da Universidade de Essex, no Reino Unido.

O estudo descobriu que os atletas que eram hiper autocríticos e aqueles que reagiam muito negativamente a pequenas falhas percebidas eram mais propensos a experimentar o esgotamento com seu esporte.

“Nosso estudo conseguiu determinar uma possível explicação sobre por que esse é o caso no esporte. O que sugere que o estresse de buscar a perfeição pode levar as pessoas a se desconectarem mentalmente de suas atividades esportivas”, disse Olsson.

Os pesquisadores esperam que o trabalho possa levar a intervenções para evitar que os atletas desenvolvam burnout. Isso pode incluir terapia cognitivo-comportamental, atenção plena e desenvolvimento de uma mentalidade mais gentil.

“Os atletas podem ser mais bem servidos por serem menos autocríticos, o que deve permitir que eles celebrem os sucessos no desempenho e abracem as falhas como uma oportunidade para refletir e melhorar, em vez de se culparem”, disse Olsson.

Toxicidades que causam burnout

Foto: Brian Patrick Tagalog /Unsplash

Foto: Brian Patrick Tagalog /Unsplash

O burnout é influenciado não apenas pelo estresse físico do treinamento e da competição. Em suma, pela percepção do atleta sobre sua capacidade de atender às demandas que lhe são impostas também. Que fique claro, burnout não é o mesmo que overtraining, mas há muitas sobreposições: exaustão crônica, queda no desempenho e, em muitos casos, a decisão de abandonar o esporte.

Segundo um estudo da Universidade York St. John (Grã-Bretanha), liderado por Luke Olsson, o esgotamento do atleta é uma síndrome psicológica com três eixos: exaustão emocional e física; uma sensação reduzida de realização; e mais sentimentos negativos sobre seu esporte.

É por isso que os traços de personalidade são importantes: até certo ponto, você é quem decide quais exigências colocar. Inclusive, as que os outros colocam em você serão filtradas através de suas percepções do que esperam. Logo, seu nível de autoconfiança influenciará o quão bem acha que pode lidar com essas demandas.

No geral, o fato do treinador, quase sempre, estar no controle da direção/decisão do atleta no esporte é outro ponto. A falta de consciência que um treinador tem em relação ao poder na relação treinador-atleta pode desencadear o burnout. Até porque, é comum ver os treinadores como responsáveis na tomada de decisões dentro do esporte.

Partindo dessa influência, em vez de dizer ao atleta o que fazer, podem orientar o aprendizado para dá-los uma sensação de realização. Inconscientemente, o esporte e os treinadores controlam a formação da identidade do jogador. Enfim, o esporte pode e deve atuar como uma ferramenta para orientar/melhorar a auto-identidade, resultando num desenvolvimento positivo.

Foto destaque: Kinga Cichewicz | Unsplash

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