A resposta ao título a esta pergunta é relativamente simples: da sujeira que a sua corda acumula ao longo do tempo. Por mais asseado, limpinho e ordenado é um escalador, uma coisa é inevitável: o acúmulo de sujeira em seus equipamentos.
O escalador mais atento irá reparar que algumas cordas ficam extremamente sujas e deixam uma mancha negra quando roçam por roupas e mãos. As cordas mais antigas, em particular, são geralmente muito mais limpas. Mas nem todas as novas cordas ficam pretas.
É surpreendente que muitas vezes apenas um lado da corda esteja escuro, como se a sujeira viesse do freio. Além disso, nas academias, onde o volume de poeira tende a ser menor que na rocha, também aparece estas manchas negras.
Mas há um argumento contra o fato de que nem todas as cordas que se usa ficam pretas. A mancha negra que você vê em algumas cordas após manusear as cordas é a abrasão de alumínio dos mosquetões e dos dispositivos de segurança.
Sim, a abrasão com o alumínio é quem produz esta sujeira que poucos sabem explicar de onde vem, mesmo que seja dentro de uma academia de escalada. É por isso, inclusive, que geralmente apenas um lado é preto. Isso porque ambos os lados da corda não passam sobre a superfície do mosquetão, mesmo que a corda sempre fique passando de jeito diferente.
A razão pela qual algumas cordas ficam pretas e outras não também depende do acabamento ou do tratamento das cordas e do grau de desgaste dos mosquetões e freios de segurança.
Além disso, caso o escalador desça mais rápido ou mais devagar também faz diferença. Tudo é uma questão de física. Cordas volumosas e peludas são menos propensas deixar as mãos negras do que as de superfícies mãos macias. Provavelmente o “pêlo” impede o escalador de obter mãos negras.
Nos dispositivos de segurança nos quais a corda não corre diretamente sobre a superfície de alumínio de um mosquetão (GriGri, Revo etc.), você notará menos abrasão de alumínio na corda. Mas é claro que também há uma parte do travamento nestes aparelhos, mas eles geralmente são feitos de aço (não de alumínio), menos suscetíveis à abrasão.
Como boa prática em tempos de COVID-19, procure sempre lavar as mãos, utilizar magnésio líquido e usar a máscara.
Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.