Comissão de Auxílio de El Chaltén divulga detalhes oficiais dos corpos dos brasileiros

A coordenadora de operações de resgate da Comisión de Auxilio de El Chaltén, Carolina Codó, que vive há mais de 26 anos na região, enviou um áudio exclusivo com as conclusões finais a respeito dos brasileiros Leandro Ianotta e Fabrício Amaral. De acordo com o que a Dra. Carolina Codó relatou, em áudio enviado com exclusividade para a Revista Blog de Escalada (escute o áudio no topo do artigo) os corpos não foram encontrados pendurados, desmentindo informações divulgadas pelo jornal local Ahora Calafate no início da semana. Entretanto ambos os corpos foram encontrados.

Um dos corpos, do mineiro Leandro Ianotta, estava no local conhecido como La Silla, enquanto Fabrício Amaral foi encontrado no local de bivaque, próximo à la brecha. As informações dadas anteriormente, que se mostraram errôneas, eram de que ambos os corpos estavam em La Silla. Codó confirmou que o ponto negro visualizado era de apenas Ianotta. Fabrício estava próximo ao local de onde se rapela, mas não possuía corda. Na opinião de Carolina Codó, que também é montanhista, assim como outros integrantes da Comisión de Auxilio de El Chaltén é de que um provável acidente aconteceu enquanto estavam rapelando. Durante o rapel, ao que parece, a corda acabou enganchando em algum lugar e Leandro Ianotta acabou caindo na base da via.

Segundo o áudio de Codó, não há uma explicação concreta dos motivos de que Fabrício não recuperou a corda para seguir saindo do lugar. Aparentemente, Fabrício Amaral ficou no bivaque, mas como não possuía corda, não pode rapelar. Amaral permaneceu de 2 a 3 noites.

O tempo de espera de Fabrício Amaral foi estimado pelas mensagens que apareceram em seu telefone. Codó afirmou que a localização exata dos corpos, foi realiza por dois brasileiros que estão na região (escute o áudio abaixo). Segundo o relato de Codó (escute o áudio abaixo), o corpo de Leandro Ianotta foi retirado do lugar, pois estava no caminho da via, em um local mais abaixo com algumas pedras para simbolizar seu túmulo.

Fabrício Amaral não foi retirado por não estar no caminho da via “Franco Argentina”, ficando no local encontrado que, nas palavras de Codó, é considerado “escondido”.

A Dra. Carolina Codó agora aguarda informações da família a respeito do que será feito com os corpos e se haverá um resgate pago. Segundo a coordenadora da Comisión de Auxilio de El Chaltén não faz este tipo de tarefa (retirada de corpos).

There are 2 comments

  1. Eduardo Prestes

    Texto que recebi por Whatsapp de grupo de escalada de amigos…

    “Mister e Fabrício saíram da cidade no dia 17 para o fitz. Entraram na via Franco Argentina no dia 19. Chegaram ate a P11 da via Franco Argentina.

    Desceram já de baixo de chuva e tempestade. A corda travou no último rapel da Franco, ficaram tentando soltar a corda e perderam os movimentos das mãos. Quando Fabrício conseguiu cortar a corda o mister já estava apagado. Após de algumas horas tentando reanimalo Fabrício acabou deixando o mister na rampa de gelo e desceu sem corda.
    Se manteve vivo por 3 dias esperando o resgate que não chegou a ele, foram 2 tentativas por 4 equipes diferentes, não tínhamos ideia se ele estava vivo ou não, porém tentamos. Um resgatista sofreu acidente e está hospitalizado.

    Fabrício ficou sem fogareiro, pois haviam perdido durante a descida na tempestade, o que impossibilitou de beber água, ou tentar se esquentar. Fabrício lutou e sobreviveu o quanto conseguiu, acredito que veio a falecer no dia 22.

    Subimos eu (Beto Pavani) e Renato Passos, os encontramos e os enterramos no dia 2.

    Estes fatos sobre o acidente foram relatados por Fabricio via mensagem deixada no celular que encontramos junto ao corpo.”

  2. SIDNEI CAPONI

    Estranho ! Tento pensar mas qual teria sido o erro ,até para ficar de aprendizado mas dificil entender o ocorrido , o que parece que talvez para ganhar tempo talvez os dois rapelaram na corda ao mesmo tempo , mas se eram experientes nao iam arriscar isso ou menos dar um nó em cada ponta da corda o ficaria em um deles . Noticia ainda ou incorreta ou não sabem mesmo o que houve. Pesares as familias.

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