Montanhista é condenado por remover proteções na montanha. O Tribunal Criminal de Bonneville considerou o montanhista francês Christophe Profit culpado de remover e “roubar” proteções instaladas na montanha. Profit deve pagar € 600 (R$ 3.158) pela remoção das proteções, que foram adicionadas para ajudar montanhistas a passar com segurança pelas novas fendas da montanha ao longo da via normal do cume.
Christophe Profit é um dos montanhistas mais prestigiados da França e afirmou à imprensa e ao tribunal que tem “a ética do seu lado”, argumentando que as proteções apenas encorajam os montanhistas novatos a tentar vias além de sua capacidade.
Parte de sua “estratégia” de defesa foi enviar um e-mail ao prefeito de Saint-Gervais, Jean-Marc Peillex, para assumir a responsabilidade.
Montanhista é condenado
As proteções foram financiadas pelo prefeito de Saint-Gervais-les-Bains, Jean-Marc Peilleux, e instaladas pelos guias de montanha daquela cidade. As hastes serviram como segurança na via, pois foi neste local que surgiram perigosas rachaduras no gelo.
Muitos viram isso como uma adição de amarras à via normal, mas as hastes de proteção não tinham corda fixa. As preocupações de Peillex sobre a quantidade de pessoas na montanha e perda de vidas no Mont Blanc estão bem documentadas em toda imprensa especializada em montanhismo.
Mas o prefeito não está livre de polêmicas. Uma de suas iniciativas mais famosas foi uma manobra para cobrar adiantado dos possíveis montanhistas pelos custos de busca e resgate e funeral.
Alguns dias depois que os dois guias de Saint-Gervais instalaram essas quatro hastes, um de seus colegas de Chamonix removeu duas delas: Christophe Profit, que também é membro da companhia de guias de Chamonix.
Christophe Profit, entretanto, não se desculpa e alega que remover as estacas é um ato “político”. As discussões de Profit e as respostas de Peillex, que incluem dizer que a filosofia do montanhista é “uma visão elitista da montanha”, parecem cair dentro do debate filosófico sobre o acesso às montanhas a cada vez mais pessoas.

Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.