A mochila Talon 44 da marca Osprey tem como objetivo permitir que o usuário carregue um volume de bagagem suficiente para uma trilha rápida, assim como possa aproveitar dias de escalada esportiva. Pelo seu tamanho reduzido permite que seja usada tanto em caminhadas como em pedaladas.
Segundo o seu fabricante é uma escolha interessante para quem é praticante de caminhadas longas (trekking ou hiking), passeios de bicicleta, prática de escalada esportiva ou tradicional e ideal para o uso urbano por ser resistente à água. Por possuir um peso leve (1,1 kg quando vazia) é bastante confortável e resistente.
O teste
A mochila Talon 44 foi testada intensamente em trilhas e escaladas durante uma viagem de 25 dias pela Patagônia argentina. Aproximadamente foi utilizada, somando todas as distâncias, 200 km em trekkings.
Durante os dias de escalada foi utilizada para carregar equipamento de escalada esportiva como, por exemplo, costuras (número aproximado de 15 a 20 unidades), corda de 60 metros, mosquetões de rosca (número aproximado de 6 unidades), fitas tubulares, cadeirinhas de escalada (número aproximado de 2 unidades), sapatilhas de escalada (aproximadamente 4 pares de sapatilha), freios (grigi e ATC), lona e garrafas de água. O peso total do equipamento de escalada era de aproximadamente 15 kg.
Todos os dias de escalada esportiva em Piedra Parada haviam deslocamentos diários que superavam os 10 km, sempre com o equipamento.
O equipamento foi utilizado ainda em trekkings de longas distâncias, com destaque para a trilha ao abrigo Frey (3 horas ida + 2h30min volta), Cerro Catedral (3 horas ida + 1h30min volta), Villa Llanquín (2 horas ida + 1h30 min volta).
A mochila foi utilizada ainda para caminhadas urbanas nas cidades de Bariloche, Buenos Aires e Esquel. Durante estas caminhadas urbanas a mochila foi carregada com água e lanches rápidos.
O equipamento foi utilizado ainda para práticas de escalada esportiva na Serra da Mantiqueira (Pindamonhangaba-SP) e Bragança Paulista-SP.
A mochila foi transportada todo o tempo junto de equipamentos de escalada e roupas, não tendo nenhum tipo de tratamento especial. Durante as viagens de avião a mochila serviu para carregar notebook, e outros tipos de aparelhos eletrônicos.
Prós
- Conforto
- Leveza
- Design interno
- Ajustes
Contras
- Ausência de capa de chuva
- Fragilidade a objetos perfurantes
- Pouco resistente à abrasão
Notas
- Qualidade de material : 5,0
- Acabamento : 5,0
- Design : 5,0
- Conforto : 5,0
- Relação Peso x volume: 5,0
- Relação custo x benefício: 4,5
- Nota final: 4,91
Opinião
A mochila Talon 44 da marca Osprey superou todas as expectativas durante as avaliações. Apesar de inicialmente parecer um produto frágil, ao longo de seu uso mostrou-se ser um produto diferenciado e, em certas ocasiões, superior aos seus concorrentes.
O conforto da mochila, mesmo quando estava com sobrepeso impressionou e em nenhum momento no final do dia deixou as costas ou cintura dolorida. Os ajustes se mostraram muito eficientes e de fácil assimilação de aprendizado.
Durante os trekkings foi quando o equipamento mostrou melhor desempenho. Caso seja utilizada com pouco peso a mochila Talon 44 parece nem estar sendo utilizada.
Porém durante escaladas tradicionais a mochila tende a se desgastar muito rápido, pois o seu material não resiste muito à abrasão de arrastá-la na superfície da rocha. Durante escaladas esportivas em rocha vulcânica também apresentou desgaste, mas nada acentuado ou que comprometesse seu funcionamento ou funcionalidade.
O único ponto da mochila que necessita de melhoramentos é a ausência de capa de chuva. Por sorte não houve chuvas no período que foi testada na Patagônia, mas durante escaladas em Bragança Paulista ficou bastante molhada quando foi submetida a uma chuva de verão.
A mochila Talon 44 da Osprey provou ser uma excepcional equipamento para quem sempre está praticando qualquer atividade de montanha. Os usuários mais experientes, e consequentemente mais exigentes, irão se surpreender com o desempenho e versatilidade do equipamento.
Para usuários iniciantes vale a observação de que a mochila é um equipamento com um preço considerável para um primeiro investimento, mas que seguramente terá boa longevidade caso seja utilizada adequadamente.
Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.