Todo praticante de esporte outdoor é um mochileiro por natureza, as vezes em maior outras em menor grau. Mesmo compartilhando a mesma paixão que é deixar os centros urbanos e visitar lugares inóspitos, a escolha do destino sempre irá causar divergências. Uma espécie de viagem que fica sempre em segundo plano no itinerário de qualquer viajante, ao menos na América do Sul, é utilizar o trem.
Por escolhas dos governantes de todos os países sul-americanos, o transporte ferroviário ficou em segundo plano e limitando possibilidades de locomoção de cargas e pessoas a vários locais distantes dos grandes centros urbanos. Quem viajou pela Europa e já desfrutou do conforto de viajar de trem sabe muito bem como é cômodo e rápido este tipo de transporte.
Na América do Sul há vários itinerários ferroviários que merecem ser feitos ao menos uma vez na vida. Mesmo que o conforto não seja no padrão europeu, é uma experiência inesquecível a quem arriscar sair do esquema de aviões em aeroportos.
Cusco até Machu Picchu – Peru
O percurso de trem até Machu Picchu é um clássico e vive no inconsciente coletivo de qualquer mochileiro. O trajeto é dos mais conhecidos do mundo além de ter como destino a Meca do turismo mochileiro mundial.
A viagem inclui passagem por várias montanhas coberta de florestas, rios, córregos e lagos. Pela popularidade de Machu Picchu transporta milhares de passageiros, maioria turista, todo o ano.
Por ser um trajeto muito popular possui boa disponibilidade e horários (além de preços e comodidades diferenciadas).
Por quem aprecia um conforto considera a escolha de ir de trem como a alternativa mais aconselhável para chegar até Machu Picchu (o que não é verdade).
Trem das Cataratas – Argentina
O trem, também conhecido como “Tren Ecológico de la Selva”, é um percurso realizado dentro do Parque Nacional Iguazú, na tríplice fronteira de Brasil, Argentina e Paraguai. Este trem utiliza como combustível o gás, por isso é considerado de baixo impacto ambiental, daí o nome “ecológico”. O trem é composto por 4 vagões abertos só com telhado, sem janelas, o que facilita ao turista na hora de tirar fotos e fiquem com maior contato com a natureza.
O percurso de 20 minutos começa na Estação Central e vai até Estação Garganta del Diablo, que é o conjunto de cascatas de 80 metros de altura.
Trem do Fim do Mundo – Argentina
O trem faz seu recorrido na Patagônia Argentina, o recorrido recreia os últimos 7 km do antigo percurso dos presidiários da penitenciária de Ushuaia. Durante o percurso é contada a história do lugar além de apreciar paisagens incríveis.
O trem tem esse nome porque Ushuaia é o lugar mais ao sul do continente e por isso chamado de Fim do Mundo.
Saiba mais em: http://www.trendelfindelmundo.com.ar/
Trem Crucero – Ecuador
Este trem tem um estilo mais clássico com instalações de luxo. São 4 vagões com capacidade para 54 pessoas e o percurso vai da cidade de Quito até Guayaquil. Podem ser adquiridos pacotes turísticos com atrações alem da viagem. O percurso dura em média 4 dias e 3 noites e permite conhecer bem o País.
Não é a opção mais barata, porém é um trem de luxo com muito conforto.
Saiba mais em: http://trenecuador.com
Trem de Oruro a Villazón – Bolivia
O principal atrativo do trem é que ele passa pelo Salar de Uyuni. O percurso de Oruro até Villazón é de 500 km de deserto, parando somente em 4 estações.
A viagem é muito recomendada e com garantia de conforto e segurança.
Saiba mais em: http://www.fca.com.bo
Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.
Faltou mencionar o trem de Curitiba a Morretes e que passa pelo Marumbi. Com certeza é um passeio imperdível, por um dos trechos mais bem conservados da Serra do mar. Vale à pena.