Passei um tempinho sumida daqui, mas não desaparecida.
Recebia e lia os vários posts do Blog de Escalada e percebi que durante este tempo longe um assunto pareceu mais presente do que outros, o que dizia respeito a perdas.
Pois é, sabemos que viver significa correr riscos, e riscos levam a perdas e ganhos.
Mas perder muitas vezes dói, machuca, incomoda, frustra.
Quando perdemos um parente, um emprego, um amor, uma chance de ser feliz, tudo isso representa um momento na vida de cada pessoa de grande sofrimento e há quem não suporte.
Pensar que nunca mais veremos novamente a outra pessoa, que não teremos mais momentos gostosos junto, que não poderemos rir da fofoca contada, não poderemos nem dar nem receber aquele abraço apertado, nos traz a sensação de um grande vazio.
Este vazio nos da um adormecimento na alma, uma dor no fundo do coração, um aperto no peito e nos faz sentir desamparados e abandonados.
Como dizia a escritora Clarice Lispector, um “desamparo de estar vivo” .
As pessoas ficam com a sensação de terem sido roubadas em algo a que tinham direito.
Passam por um processo doloroso que envolve sofrimento, medo, revolta, raiva, culpa, depressão, isolamento, desinteresse pelas atividades costumeiras ou excesso de atividades.
É claro, cada um reage a sua maneira. Apesar das diferentes reações podemos dizer que existem pontos ou fases comuns nas situações de perdas.
- O primeiro ponto é a fase do choque, da negação e o não acreditar na realidade.
- O segundo ponto é a fase da raiva, é onde a pergunta “por que eu?”, “Por que comigo?” é dita.
- O terceiro ponto ou fase é a de retraimento, de afastamento dos outros enquanto buscam alcançar um estado de entendimento ou até de aceitação.
A pessoa que vive uma perda passa por um período de luto.
O tempo do luto e a maneira de vivê-lo depende das circunstâncias da perda, do significado desta para a pessoa, e o modo de cada um lidar com situações de crise.
Neste período o enlutado poderá reconhecer, mesmo sendo difícil o reconhecimento, que a dor e o pesar são partes necessárias do viver.
Neste reconhecimento o enlutado poderá se dar conta que a vida será diferente sem a presença da pessoa que morreu.
Mas para isso será necessário perceber que tudo que está sentindo neste momento de perda é um processo, não um evento.
Além da compreensão intelectual, existe a compreensão emocional e espiritual.
Ou seja: além de entender na mente, vai precisar também entender no coração.
Muitas pessoas, para entender no coração encontram várias saídas.
Algumas viajam, outras engravidam, outras pintam e assim vai.
Todos os caminhos trilhados para amenizar a dor tem o significado de dar a volta por cima.
É este dar a volta por cima que da força para continuar arriscando e continuar vivendo.
Flávia é formada em psicologia com ´pos graduação em Recursos Humanos e MBA em Gerenciamento de Projetos. Atuou em Florianópolis, São José dos Campos e Rio de Janeiro.
Possui experiência em recrutamento, e é especializada em Treinamento e Aperfeiçoamento de Lideranças. Hoje está entre Itália e Brasil atuando como consultora de RH e Coaching. É praticante de trekking.