Eu, Nereida, venho neste artigo dar os betas das escaladas de montanha de dia inteiro em Yosemite Valley e Tuolumne (parte alta do parque), com aproximação e retirada em ambiente de montanha (isto é, caminha horas para começar a escalar e para sair da montanha tem os destrepes, hehehe).
Eu já havia escrito sobre as vias mais acessíveis de yosemite, num artigo chamado “Micro Guia para brasileiros em yosemite“. Agora venho contar sobre vias que duram um dia inteiro (D3 e D4 – duração 6 a 8 horas e 8 a 12 horas, respectivamente) e que possuem entre 7 e 15 cordadas, com extensão variando entre 300 e 500 metros.
Observando-se o mapa abaixo, percebe-se que o Yosemite Valley é uma parte plana onde estão localizados o El Capitan e o Half Dome, além das montanhas Middle Cathedral, High Cathedral Spire e Royal Arches (azul).
No destaque em vermelho no mapa, Tuolumne, que é um ambiente mais alpino, que fecha no inverno, encontram-se as montanhas Cathedral Peak e Fairview Dome (vermelho).
As 4 escaladas que eu descreverei com fotos e croquis são duas em Tuolumne (Cathedral Peak e Fairview Dome), que é uma parte alta de Yosemite, 30 km longe do Yosemite Valley por uma estrada que sobe em curvas e duas no próprio vale mesmo (Middle Cathedral e Royal Arches):
Cathedral Peak
Fairview Dome
Middle Cathedral
Royal Arches
O machismo na escalada
Atualmente há uma dificuldade de ser GUIA DE MONTANHA MULHER no Brasil, e não ser ATIVISTA FEMINISTA, já que o machismo recrudesceu no país. O obscurantismo assombra e violências contra mulher estão sendo cometidas no ambiente de escalada, assim como discriminação em relação aos direitos das mulheres.
Os exemplos são reais e causam espanto: uma mulher sofreu violência física em São Bento, eu teve problemas com uma associação de instrutores aqui no RJ quando alguns membros tiveram atitudes machistas, na minha opinião, machardes, resolveram negar a mim que na prática já sou GUIA INSTRUTORA MULHER, a possibilidade de o ser formalmente, enquanto estendem benefícios indevidos a associados homens.
O irônico é que ambos acontecimentos, a agressão física em São Bento e a negação de direitos à profissional de escalada mulher no Rio de Janeiro, foram sucedidos de ameaças de processos criminais de calúnia e difamação para quem OUSASSE noticiar os fatos.
Criminalizando a mulher que busca seus direitos! Querendo calar as mulheres com ameaças! A comunidade escaladora não quer ter no seu âmago a violência e a injustiça. Os homens culpados dos acontecimentos indesejados devem se refrear de cometer atos de violência e negação de direitos das mulheres e assumir a culpa e responsabilidade pelos seus atos, fazendo de tudo para reparar a violência e negação de direitos cometidos, assim como qualquer tentativa de criminalizar as pessoas que noticiam os atos indesejados, injustiças e violências.
GuiAs de MontanhA Mulheres
EscaladorAs brasileiras estão se estabelecendo no mundo da escalada como professoras de escalada e guias de montanha. Agatsu Ganesha floresce em todo seu vigor, na virtude e com coragem, na conexão Brasil – Estados Unidos, Yosemite – Salinas (3 picos) Rio de Janeiro Brasil e toda Patagônia Argentina e Chilena, chegando Squamish na conexão.
Nereida Rezende, depois de 10 anos de escalada começou a dar aulas, e nos 2 anos que exerce a atividade profissionalmente, já teve a satisfação de ensinar quase uma centena de alunos em várias cidades do Brasil, principalmente RJ, SP e MG, desde 2017, em cursos de autorresgate, cursos básicos de escalada, curso de guia de cordada, curso de fendas com uso de proteções móveis e aulas de aperfeiçoamento em guiadas. Atualmente trabalha em sua casa em 3 picos, Nova Fribrugo, RJ.
Juliana Petters além de brasileira é cidadã americana, ranger do Yosemite Park e certificada instrutora de escalada AMGA SPI pela Associação Americana de Guias de Escalada.
Enjoy and count on us as guides in these paradises. Julho é temporada em Salinas 3 Picos. Agosto e Setembro de 2019 é temporada em Yosemite!
A seguir, veja em fotos, croquis e relatos as 4 vias longas de Yosemite listadas neste artigo
Via Southeast Buttress (regular route) da montanha Cathedral Peak em Tuolumne
Com aproximação de 1 hora e 40 minutos andando por bosques de árvores e lajeados de pedra branca, a via é um quarto/quinto grau constante de fendas, toda em móvel, sem paradas fixas. Tem vários tipos de fendas, chaminé, cruxes de quinto/sexto grau de off withs e fendas frontais no final, com viradas de teto de dificuldade média para fácil.
No final se fica no topo de uma torrinha, bem legal!! E então destrepes do tipo de ficar atento.
Via Regular Route da montanha Fairview Dome em Tuolome
Uma via bem vertical com fendas perfeitas de quinto grau sustenido, crux de teto talvez de sexto grau, tudo em móvel, inclusive as paradas, muito desafiadora e satisfatória a escalada, com um cume que lembra uma praia nas alturas e abandono pela parte menos íngreme da montanha, numa linda caminhada desescalada.
Via Regular Route da montanha Middle Cathedral no Yosemite Valley
East Buttress of Middle Cathedral 5.9 A0(5.10c), 11 esticões, 330 metros, Middle Cathedral
Bem sustenida na verticalidade, com lances de sexto e sétimo grau brasileiros, apesar da constância no quinto grau, na minha opinião. Tem que manter um bom ritmo para fazer a via em um dia. O fim da via é um semicume lateral e se caminha bastante pelo lado da montanha, mirando o col entre montanhas, para encontrar os rapéis.
Via Regular Route da montanha Royal Arches no Yosemite Valley
Royal Arches Regular Route, 5.7 A0 (5.10b), 16 esticões (pitches), 500 metros, Royal Arches mountain
Via bastante variada com chaminés, fendas perfeitas fáceis e de média dificuldade, off withs, algumas partes de crux de parede horizontal bem lisa e 500 metros para tocar rápido visando vencer a via em um dia. A linha de rapel é vertical por outra face diferente da subida. O zigue zague da via não facilita o abandono em caso de não finalizar a via e descer pela via de rapel.
Regular Route, Higher Cathedral Spire 5.9, 5 esticões, 200 metros
A Higher Cathedral Spire me foi muito bem recomendada, como sendo um quinto grau constante em móvel nas alturas de uma agulha com vista para o Vale. Em 2018 eu ataquei com meu amigo Nathan, é uma caminhada de mais de 2 horas subindo uma trilha bem íngreme até chegar bem lá em cima da spire e escalar mais 6 cordadas até o topo. Nós nos perdemos na caminhada e acabamos chegando na base muito tarde, mas entrando na subida certa vimos depois que a subida não tem erro, tem que entrar no col certo. Quando eu voltar agora em 2019 vou tentar atacar novamente e fazer este cume lindo!
Nereida Rezende escala desde 2008 e é no flow dessa atividade que ela se harmoniza com a essência da vida. Consciente de que está vivendo o dharma, ela vem consolidando sua trajetória profissional em escalada com a Climbing In Brazil, que opera como escola de escalada, receptivo de escaladores estrangeiros no Brasil e de brasileiros ao redor do mundo.
Depois de 10 anos de escalada começou a dar aulas, e nos 2 anos que exerce a atividade profissionalmente, já teve a satisfação de ensinar quase uma centena de alunos em várias cidades do Brasil, principalmente RJ SP e MG. desde 2017, em cursos de autorresgate, cursos básicos de escalada, curso de guia de cordada, curso de fendas com uso de proteções móveis e aulas de aperfeiçoamento em guiadas.