Vulcão Lanín: Um clássico do montanhismo sul-americano

Na fronteira entre Chile e Argentina, existe um dos maiores clássicos do montanhismo sul-americano: O Vulcão Lanín (3.747 m). Este vulcão está incluído no Círculo de Fogo do Pacífico, área com elevada instabilidade geológica localizada no Oceano Pacífico, abrangendo o Oeste das Américas e o Leste da Ásia e da Oceania.

Este clássico possui grandes geleiras na face sul. A nota triste a respeito desse lugar único é que as geleiras que estavam na face norte eram visíveis até a década de 1980, mas agora estão quase completamente derretidas. O Vulcão Lanín é uma atração turística internacional, especialmente para atividades esportivas de alta montanha.

Vulcão Lanín

Foto: https://www.interpatagonia.com

O Vulcão Lanín também é de importância crucial para a comunidade mapuche (povo indígena da região centro-sul do Chile e do sudoeste da Argentina) pois é um ícone de identificação e local sagrado pela sua cultura.

Por este motivo, no local é realizado o rewe, ritual de sagrado de culto à natureza dos mapuches é realizada no sopé do vulcão, onde é rezado para pedir vários favores. As rezas são direcionadas a “Nguenechén”, deus dos mapuches. As autoridades restringem a subida ao vulcão durante a cerimônia (só pode ser escalada pela face sul).

Há Erupções?

Foto: https://adventuremotorcycletravel.com/

A atividade eruptiva do Vulcão Lanín começa no Pleistoceno Médio (aproximadamente 200 mil anos atrás). O vulcão ancestral foi profundamente corroído pelo gelo e o atual foi construído sobre suas ruínas, formando o maior cume da região. Atualmente o Vulcão Lanín não apresenta atividade eruptiva recente ou historicamente documentada. Entretanto, geólogos o consideram um vulcão ativo e potencialmente perigoso.

De fato, a presença de uma geleira no cume e sua inclinação acentuada sugerem que o maior perigo associado é a ocorrência de Lahar (movimento de massa exclusivo das regiões vulcânicas, formado pelo deslocamento ao longo de vales ou de encostas íngremes) nos vales adjacentes que podem afetar o tráfego Mahuil-Malal, passagem de montanha internacional nos Andes entre o Chile e a Argentina.

Subida ao Lanín

Foto: https://www.bonaentrenamiento.com.ar/

A subida ao Vulcão Lanín é regulada pela administração dos Parques Nacionais da Argentina e da Gendarmaria Nacional da Argentina, e é tecnicamente simples. Foi subido pela primeira vez pelo geólogo alemão Rudolf Johannes Friedrich Hauthal, em 25 de maio de 1897. A primeira mulher que o subiu ao Vulcão Lanín foi a argentina Nelly Frey de Neumeyer, em 1939.

Mesmo com sua dificuldade baixa, possui um nível de exposição muito maior do que os vulcões vizinhos. As cidades mais próximas, geralmente são empregadas como base para montanhistas, como as cidades de Pucón (Chile), e Junín de Los Andes (Argentina).

Foto: https://www.pnlanin.org

Existem dois caminhos para o cume: um no norte, começando a 1.200 metros acima do nível médio do mar, próximo ao Lago Tromen e ao Paso Mamuil Malal (fronteira Chile-Argentina), acessível pela rota 60 da província de Neuquén (argentina). Há também uma outra alternativa, ao sul, começando ao lado do Lago Huechulafquen , acessível pela rota provincial 61, também na argentina.

Na zona alta dos Andes (aproximadamente 1.600 metros acima do nível do mar), o clima é mais rigoroso do que o típico da Cordilheira Patagônica. No vulcão e arredores, o clima é frio e seco, típico de alta montanha acima de 3.000 metros acima do nível do mar, apresentando temperaturas muito baixas e relativamente chuvoso, quase sempre na forma de neve, no inverno.

Por outro lado, no verão as temperaturas extremas variam de 0°C a 33°C, com uma média que varia de 20 ° C (no inverno a média é de 4°C, com um mínimo de -3 ° C e um máximo de 16 ° C).

Foto: https://www.eldigitalneuquen.com.ar

Antes de iniciar a subida, é obrigatório registrar-se na em um controle em uma parte do rio Turbio (para subir o lado norte) ou em Puerto Canoas (para subir o lado sul). Ao se registrar, o montanhista deve fornecer as seguintes informações:

  • Identidade dos participantes
  • Atividade a ser realizada, itinerário e modalidade
  • Tempo estimado de permanência

Além disso, o controle do parque é rigoroso quanto ao equipamento usado pelos montanhistas. Para a subida do vulcão Lanín, é um requisito essencial o cumprimento das normas de vestuário e equipamento. É necessário ter conhecimento e experiência sobre as diferentes técnicas de deslocamento de gelo. No caso de iniciantes, é mandatório contratar os serviços de um guia de montanha autorizado pela Administração do Parque Nacional (os guias dos clubes de montanha não serão autorizados sem a autorização da Administração do Parque Nacional).

O número máximo de visitantes que podem visitar simultaneamente o vulcão não deve exceder 60 pessoas em sua inclinação normal e 10 em sua inclinação sul. O cume, que está a 3.776 metros acima do nível do mar, pode ser alcançado após aproximadamente 7 horas. A descida leva entre 6 e 7 horas para que possa ser feita em uma única seção.

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