Inegavelmente a escalada teve uma grande divulgação com a participação nas Olimpíadas. Não resta dúvidas de que os “novos esportes olímpicos”, como foi apelidado pelos veículos de mídia de massa, surpreenderam grande parte dos jornalistas, os quais sequer sabiam que existiam.
Especialmente nos países que possuíam atletas participando, a divulgação do esporte foi sem precedentes. Conforme publicado na Revista Blog de Escalada, o interesse pode ser medido pelo crescimento de seguidores nas redes sociais de cada atleta que se destacou no evento. Não somente isso, mas também no interesse de patrocinadores e no reconhecimento de governos com atletas.
Os (as) atletas de destaque sempre serão admirados e invejados e quando se torna ídolo ou referência, se torna um influenciador nato. As modalidades esportivas se conectam prioritariamente com seu público nas redes sociais. Há algumas décadas, os consumidores eram muito influenciados por personalidades, mas hoje, com a internet e as mídias sociais, esse cenário está mudando.
Os micro influenciadores
Muitas empresas, especialmente as marcas de produtos de esportes outdoor, colocam sua marca ou produto em foco nas mãos e pés que são conhecidos como micro influenciadores. O termo se refere a pessoas que tem menos seguidores (se comparadas com grandes celebridades), porém com nichos mais específicos, onde o senso de comunidade e opiniões apresentadas com segurança é maior do que os macro influenciadores.
Portanto, a compra de seguidores por parte de quem almeja ser enxergado como micro influenciador é uma péssima estratégia. Além de perda de dinheiro, credibilidade, o seu perfil pode ser punido pela rede social.
Sim, é muito fácil (e tentador) comprar seguidores, gostos, visualizações, enfim, tudo. Aliás, se pesquisarem no Google por “comprar seguidores” aparece uma lista interminável de opções e, por ser tentador pegar este atalho, muitos (as) atletas de esportes de nicho embarcaram na aventura.
O principal motivo pelo qual um (a) atleta não deve comprar seguidores é o fato de que eles não se interessam de verdade pelo assunto que divulga. Por vezes, boa parte desses seguidores nem mesmo são humanos, mas robôs fazendo com que a taxa de engajamento (que é o que realmente importa para que um perfil tenha boa visibilidade) vai lá embaixo.
Portanto, quando se compra seguidores, além de vir gente (ou robô) de tudo quanto é lugar do mundo, o “comportamento digital” deles não condiz com o tipo de público que realmente seguiria o atleta. Por esse mesmo motivo que marcas e empresas avaliam cuidadosamente seus influenciadores antes de iniciar uma parceria.
Muitas vezes, o motivo que uma marca opta por não fazer uma parceria por identificar que o perfil possui seguidores comprados está escondido da expressão “ninguém da força”. Repare que há muitos (as) atletas candidatos (as) a micro influenciadores que é seguido por usuários que não postaram e/ou não têm uma foto de perfil, possui comentários irrelevantes ou sem sentido e suas taxas de engajamento desproporcionais com o número de seguidores.
As sapatilhas de escalada na olimpíada
Cada escalador (a) que esteve na olimpíada era livre para escolher seus próprios modelos de sapatilhas escalada, mas como qualquer esporte de alto nível, o patrocínio comercial teve um impacto nas escolhas de muitos atletas. A maioria dos escaladores olímpicos tinham acordos de patrocínio com fabricantes de sapatilhas de escalada, com 90% dos competidores sendo afiliados a uma marca de calçados.
Lembrando que muitos desses escaladores, mesmo sendo vistos como micro influenciadores, não há nenhuma notícia que algum deles “inflou” o número de seguidores para ganhar um contrato de patrocínio. Embora os acordos de patrocínio possam limitar a escolha de sapatilhas de escalada dos atletas, é difícil imaginar que atletas de ponta fariam parceria com um fabricante sem que tivessem confiança na capacidade de seus produtos para ajudá-los a subir no pódio olímpico.
No mercado de escalada, há uma imensidão de marcas de sapatilhas de escalada. Aqui mesmo na Revista Blog de Escalada, há diversos artigos sobre a escolha do modelo de sapatilhas (este é considerado o mais completo da internet), tipos de borracha, como comprar pela internet, como lacear, sapatilhas veganas, a história das sapatilhas de escalada, etc, entre outras abordagens.
Mas com a escalada consolidada como esporte olímpico, nada mais natural que o público que pratica o esporte procurar conhecer quais foram os produtos escolhidos pelos atletas que competiram. São 40 atletas, mas curiosamente pouco menos de 10 marcas (mas em diversos modelos) foram escolhidas.
O levantamento foi feito pelo canal de YouTube Beor Ong, que observou as sapatilhas de escalada de cada atleta e revisou o perfil de Instagram de cada um. No levantamento Scarpa, Madrock, Tenaya, Evolv, Unparallel, La sportiva, 5.10, Ocun e Wild Climb.
