Vìdeo da semana: “O problema da Black Friday” – Uma reflexão sobre consumo e consumismo

Nesta semana o canal de youtube Our Changing Climate aproveitando o hype da Black Friday publicou uma interessante reflexão a respeito de um dos maiores eventos consumistas dos EUA. O canal publica a cada semana reflexões a respeito da sociedade e de como nosso modo devida contemporâneo impacta no meio ambiente. A grande qualidade do Our Climate Change é não ser eco-chato, muito menos panfletário, conseguindo, muitas vezes, ser educativo e didático.

No seu novo vídeo são explanados os vários problemas da Black Friday na temporada de 2019. O destaque do vídeo fica por conta da abordagem usada pelos idealizadores do canal que usou a Black Friday como um microcosmo para o desejo de consumo excessivo dos EUA, analisando os impactos ambientais da Black Friday e da Cyber ​​Monday.

A reflexão do Our Changing Climate não fica somente por conta do meio-ambiente, outros fatores também são analisados, como os problemas sociais que as duas datas provoca. A narrativa do vídeo mergulha fundo na abordagem e no tratamento que trabalhadores de grandes empresas, como Amazon e Walmart, são submetidos no período de exacerbação do consumismo. O vídeo desnuda muito do estilo de vida do norte-americano e escancara como o consumo excessivo da Black Friday está imerso em um modelo de lucro sobre o qual a sociedade como um todo deve procurar escapar se quiser mudar a Black Friday.

Black Friday? Cyber ​​Monday?

Foto: http://www.stealingshare.com/

Black Friday é um nome informal usado para descrever o dia seguinte ao Dia de Ação de Graças. Tradicionalmente, é o dia de compras mais movimentado do ano, porque começa a temporada de férias e é considerado crucial para a economia. Especialmente para os varejistas, pois oficialmente é o dia que inaugura a temporada de compras natalícias com significativas promoções em muitas lojas.

Quem acredita que a data apenas acontece nos EUA, engana-se. A primeira Black Friday do Brasil aconteceu em 2010 e foi totalmente online. A data reuniu mais de 50 lojas do varejo nacional. O evento, entretanto, não tem regulamentação, nem organização centralizada. O evento cresceu em popularidade e atualmente é uma data aguardada pelo comércio para praticar promoções de vendas. Somente no Brasil, a Black Friday gerou um faturamento de R$ 2,1 bilhões para o e-commmerce em 2017.

Já a Cyber ​​Monday é um termo de marketing, que estreou em 2005, para a segunda-feira após o Dia de Ação de Graças nos EUA. A data acabou tornando-se um dos maiores dias de compras on-line do país. A Cyber ​​Monday se tornou o equivalente on-line da Black Friday e oferece uma maneira de sites de varejo menores competirem com redes maiores.

O consumo e o consumismo

Muito se confunde a respeito de consumo e consumismo. Por exemplo, possuir um telefone celular não faz de ninguém um consumista, pois o aparelho é necessário para se comunicar e obter informações a respeito do mundo moderno. Porém, sentir a necessidade de possuir sempre o último modelo de um aparelho celular no momento que é lançado é que é consumismo.

O consumismo é característica das sociedades capitalistas e da expansão da globalização. Mas que fique claro que “consumo” é apenas o ato de consumir, necessário a todos os seres humanos. Já “consumismo” é uma patologia, a qual é alimentada e influenciadas pela mídia e os meios de comunicação de massa.

Portanto, ter rebeldia quanto ao consumismo, e até mesmo ao consumo, é possuir pensamento crítico, e não fazer parte da chamada alienação social. A alienação social é a forma como indivíduos da sociedade acabam sendo padronizados pelo modus vivendi dentro de um contexto social, fazendo com que percam, ainda que de maneira parcial, o seu senso crítico.

O marketing das empresas, com suas mensagens publicitárias veiculadas nas mídias, tem gerado cada vez mais uma população consumista e alienada. Basta verificar que o próprio público que consome notícias não sabe de fato o que é sensacionalismo, muito menos fake news. Repetem a esmo os termos, sempre acusando a algum veículo de mídia somente por não ter gostado da notícia, pois sequer possuem entendimento ou mesmo senso crítico.

Pessoas assim, sem senso crítico (até com elas mesmas), é o produto final do consumismo e do marketing agressivo, o qual impossibilita qualquer indivíduo de ter pensamentos e ações próprias. Isso porque as suas ações são diretamente influenciados pelos modelos e padrões de vida reproduzidos pelos meios de comunicação de massas (televisão, jornais, revistas, etc.). No processo de alienação social, as pessoas não se reconhecem mais como participantes e produtoras das instituições existentes na sociedade.

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