Vídeo da semana: “Histórias da Escalada” – Problemas pouco abordados pela comunidade

O vídeo “Histórias da Escalada” foi veiculado no final da semana passada. Nele as escaladoras Ana Lígia Fujiwara, Cel Take e Lea Moraes falam sobre a sua relação com o esporte e em como ele impactou a sua vida. Todas as três escaladoras são retratadas no local de escalada no interior do estado de São Paulo conhecido como “Colorido” (também conhecido como Pico do Colorido), na cidade de Itirapina-SP, localizada a 214 km da capital do estado.

O vídeo chama a atenção para a sinceridade, como poucas vezes é abordado, de todas as escaladoras, que relataram problemas de saúde como surdez (Lea Moraes), rompimento de lábio glenoidal (Cel Take) e transtorno bipolar (Ana Lígia Fujiwara).

A surdez (ou hipoacúsia) é categorizada de acordo com o nível da perda auditiva. Este nível de perda de audição varia desde não escutar alguns sons a 20 decibéis (limite mínimo da audição normal), passando por perda auditiva leve (25 a 40 decibéis), moderada (40 a 70 decibéis), severa (70 a 95 decibéis) e profunda (acima de 95 decibéis). De acordo com estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aproximadamente 9,7 milhões de brasileiros possuem deficiência auditiva. Este número representa 5,1% da população do país.

O lábio glenoidal, que protege e ajuda a estabilizar a articulação do ombro, pode romper como resultado de uma lesão. Esta lesão também é conhecida como SLAP (Superior Labrum Anterior to Posterior Lesion). As lesões podem ter origem traumática durante uma atividade esportiva, queda ou outro acidente. Também podem ser degenerativas por movimentos repetitivos com os ombros. Um rompimento do lábio glenoide causa dor durante o movimento. Estas lesões foram apenas descobertas há 25 anos com o desenvolvimento das técnicas de artroscopia e melhora dos métodos diagnósticos.

O transtorno bipolar (doença que ficou “famosa” por possuir Vincent Van Gogh) é uma doença que causa alterações no comportamento e leva uma pessoa a oscilar entre momentos de felicidade e depressão repentinamente. A doença atinge cerca de 4% das pessoas em idade adulta e existem quatro tipos básicos de transtorno bipolar: bipolar I (episódios maníacos que duram pelo menos 7 dias), bipolar II (episódios depressivos e episódios hipomaníacos), ciclotimia (períodos de sintomas depressivos de pelo menos 2 anos) e não especificados. De acordo com o IBGE quase 10 milhões de brasileiros têm transtorno bipolar e segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) 140 milhões de pessoas no mundo.

Muito além da coragem de abordar em um vídeo algum tipo de deficiência, ele também toca em um ponto bastante sensível e pouco comentado no universo outdoor em geral. Segundo o IBGE, 6,2% da população brasileira apresenta algum tipo de deficiência. Deficiências essas herdadas geneticamente ou causadas ao longo da vida. Pessoas com deficiência muitas vezes não são tratadas da maneira que deveriam ser, às vezes com explícita desigualdade na forma de tratamento.

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